Roberto Almeida | Raul Jungmann

03.05.2015

DIARIO DE PERNAMBUCO

DIARIO POLÍTICO

Marisa Gibson

NEM LÁ NEM CÁ

Tem tucano irritado com a possibilidade do deputado federal Raul Jungmann (PPS) ingressar no PSDB, caso a incorporação do seu partido com o PSB se concretize, assim como tem socialistas torcendo para que a rebeldia do pós-comunista contra a união dos dois partidos prevaleça e ele se filie mesmo aos PSDB.

 

 

FOLHA DE PERNAMBUCO

FUSÃO TURBINA CAIXA E AUMENTA QUADROS

ALÉM DE se tornar a quarta maior bancada do Congresso, aliança vai permitir que sigla arrecade, em2015, cerca de R$ 72mi

DANIEL LEITE

A notícia da fusão ou incorporação entre o PSB e PPS pode, de fato, criar novas projeções para as eleições municipais do ano que vem. Por um lado, a iniciativa provocará o aumento dos recursos financeiros disponíveis para ambas as forças políticas, que se beneficiarão do crescimento do fundo partidário, sancionado este ano. Por outro, o surgimento de uma nova legenda servirá para enfrentar a crise de legitimidade atual vivenciada pela classe política.

Em termos práticos, a junção representará um reforço da verba pública anual disponível hoje em dia para os dois partidos. Em 2014, o PSB recebeu em torno de R$ 18,6 milhões (5,96%) da verba partidária, enquanto o PPS contou com R$ 6,8 milhões (2,19%). Este cálculo é feito com base na quantidade de deputados federais eleitos por cada agremiação na última eleição.

Mas a partir deste ano, o total de recursos destinados aos partidos aumentou consideravelmente. Em março, a presidente Dilma (PT) sancionou a lei que ajustou a verba de R$ 289 milhões para R$ 867,5 milhões. Como o PSB possui 32 deputados federais eleitos, poderá contar com um montante de R$ 53,5 milhões. Já o PPS poderá passar a ganhar R$ 18,4 milhões. Juntos, os dois partidos têm cerca de R$ 72 milhões anuais.

A soma pode fazer a diferença. Só o PT, por exemplo, que dispõe de uma bancada com 64 membros, passará a receber cerca de R$ 100 milhões. O PSDB, por sua vez, terá R$ 80 milhões. Assim, a parceria entre PSB e PPS poderá dar o fôlego que os socialistas precisam para disputar campanhas majoritárias pelo País. Em São Paulo, a candidatura da senadora Marta Suplicy, que deixou o PT e deve ingressar no PSB, pode vingar. Por isso, a junção é apreciada principalmente pela ala paulista das duas legendas.

A análise ganha ainda mais pertinência caso seja aprovado o projeto de lei que pode acabar com o financiamento privado de campanha, em tramitação no Congresso. Se aprovada, a medida modificará por completo a estratégia eleitoral utilizada até hoje. Neste sentido, tanto o processo de fusão como de incorporação beneficiariam as duas siglas.

MUDANÇAS

As duas legendas deverão definir entre o processo e fusão ou incorporação até o mês de junho, quando está programado o congresso que oficializará a junção. Segundo o cientista político Juliano Domingues, a fusão requer o surgimento de uma nova pessoa jurídica. “Nasce um novo partido, com novo registro na Justiça Eleitoral. Já a incorporação ocorre quando um ou mais partidos aderem a um outro, o que significa a adesão a um estatuto daquela agremiação que absorve as demais”, explicou.

A diferença entre os dois modelos também passa pela questão da fidelidade partidária. “Como no caso da fusão uma nova pessoa jurídica é criada, o parlamentar não deve, a princípio, fidelidade a ela. Afinal de contas, o partido pelo qual ele foi eleito é extinto quando ocorre a fusão. Comparada com a incorporação, haveria mais espaço para a saída de parlamentares sem perda de mandato”, colocou. Por isso o processo de fusão poder permitir a debandada de quadros insatisfeitos com a medida, caso do deputado federal Raul Jungmann (PPS), que poderá deixar a legenda.

APELO- Na visão de Roberto Freire, a fusão do PSB com o PPS carrega um simbolismo particular. “Ela não está sendo feita só em função da história. Estamos vivendo um período de crise de representação e legitimidade na política. Precisamos encarar esta situação e criar uma alternativa que represente o novo. Que possa ter sintonia com o surgimento de novos atores, com a criação de um novo partido. Precisamos nos reafirmar como opção de esquerda democrática no Brasil, porque ela está sendo prejudicada e criticada pelos desmandos do PT”, destacou.

 

FOLHA POLÍTICA

Danielle Romani

SLOGAN – Um socialista brincou com a fusão, lembrando que o lema do novo partido pode copiar o mote da campanha do deputado Raul Jungmann (PPS). O novo slogan seria: “PSB pensa grande”.

 

 

EDMAR LYRA (LEIAJÁ)

COLUNA DIÁRIA

CONTRA – A vereadora Vera Lopes é a única filiada do PPS contrária à fusão com o PSB em Pernambuco. A justificativa dela é que nas eleições do ano que vem, os candidatos do PPS a vereador servirão de cauda para os vereadores do PSB. Vera assumiu o mandato no lugar de Raul Jungmann que esta como deputado federal.

 

 

ROBERTO ALMEIDA (GARANHUNS)

PSB SE UNE A PPS E SERÁ OPOSIÇÃO

O Partido Socialista Brasileiro, PSB e o Partido Popular Socialista, PPS, vão virar um só, mantido o nome do primeiro, que tem como maior expressão no Estado o governador Paulo Câmara.

Carlos Siqueira será o presidente da nova agremiação, tendo o deputado federal Roberto Freire como vice-presidente. O deputado federal Raul Jungmann também fará parte da nova legenda, que terá em seus quadros deputados estaduais e federais de diversos estados, senadores, governadores e prefeitos de capitais importantes, como Geraldo Júlio, do Recife.

Com a incorporação do PPS o PSB praticamente se define na oposição a Dilma Rousseff (PT).