Blog do Ivonaldo Leite | Raul Jungmann

16.11.2015

FOLHA DE PERNAMBUCO

FOLHA POLÍTICA

Danielle Romani

ATO EM FAVOR DO DESARMAMENTO

Está marcado para às 10h, do próximo dia 23, o Ato em favor do Estatuto do Desarmamento, promovido pelo Governo do Estado, em parceria com a PCR e  bancada federal, especialmente, dos deputados Raul Jungmann (presidente da Frente Parlamentar pelo Controle das Armas, pela Vida e pela Paz) e Tadeu Alencar, que vem denunciando, reiteradamente, a onda conservadora que vem tomando conta da Câmara. E que permitiu que um tema retrógrado como esse voltasse à pauta. O ato, na verdade, é contra a flexibilização do Estatuto, aprovada há duas semanas por uma comissão especial que pode emplacar – caso a matéria seja votada e aprovada em plenário – as seguintes “pérolas”: cada brasileiro maior de 21 anos poderá ter em casa até seis armas, com 100 munições para cada uma delas. O secretário de Segurança do Recife, Murilo Cavalcanti, classifica como irresponsável a postura dos parlamentares que defendem a mudança, segundo ele, não apenas uma ameaça à segurança pública, “mas uma falta de compromisso com a vida das pessoas”.

O secretário Murilo Cavalcanti diz que quem defende armas, não tem “compromisso com a vida das pessoas”

 

 

BLOG DO INALDO SAMPAIO

SENADOR ALOYSIO NUNES É CONVIDADO PARA PARTICIPAR DE ATO NO RECIFE

O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) foi convidado para participar no próximo dia 23, às 10 horas da manhã, no Palácio do Campo das Princesas, de um ato em favor de não revogação do Estatuto do Desarmamento.

Intitulado “Uma arma a menos, uma vida a mais”, o ato será promovido pelo Governo do Estado e parlamentares engajados na rejeição do projeto de lei que tramita na Câmara Federal propondo a flexibilização do Estatuto, de modo a permitir que maiores de 21 anos possam comprar armas para sua defesa pessoal.

O senador é um dos maiores defensores do Estatuto juntamente com o deputado Raul Jungmann (PPS-PE), vice-líder da bancada da oposição.

O projeto que flexibiliza o Estado já foi aprovado numa comissão especial da Câmara e agora seguirá para o plenário.

Nas redes sociais, o convite para o ato do Palácio das Princesas tem um título bastante sugestivo: “Armar ou amar? Pernambuco resolveu amar”.

 

 

BLOG DO IVONALDO LEITE

IDEOLOGIA, CIÊNCIA E REFORMA AGRÁRIA

Por José de Souza Martins

Há 15 anos, lancei, pela Edusp, meu livro Reforma Agrária, o Impossível Diálogo. Para debater o tema, fui convidado a participar, naquela época, do programa Roda Viva, da TV Cultura. Vários dos debatedores eram e continuam sendo ativistas do PT, muito identificados com o MST e alguns com a CPT – Comissão Pastoral da Terra. Na época, era presidente da República o Professor Fernando Henrique Cardoso e ministro do Desenvolvimento Agrário, Raul Jungmann. Só há poucos dias, consegui o link do programa (https://youtu.be/W-54wmBQysw).  O governo FHC terminou em 2002, sucedido democraticamente pelo PT. Treze anos se passaram de governos do PT, em que o partido mergulhou na defesa dos interesses do agronegócio, e com ele se identificou carnalmente, principal inimigo da reforma agrária. Secundarizou o MST e descartou  a CPT e a Igreja. Não obstante, nem o MST nem a CPT, nesse longo tempo de seu partido no poder, foram claros a respeito de tão grave anomalia. Não dedicaram a essa anomalia o mesmo ímpeto e o mesmo antagonismo que demonstraram naquele debate. Quando, justamente, esta é a hora de rever equívocos e de olhar no espelho da história. Onde estão os arrogantes questionamentos daquele dia distante?

Revendo o debate, depois de tanto tempo e da enorme virada política que houve no país, não posso deixar de me sentir recompensado pelo teor de minha análise, que mantenho, e de minha coerência na postura crítica quanto  à complicada questão agrária e quanto à questão da relação entre teoria e práxis e da mais complicada, ainda, questão da incompatibilidade entre ciência e militância. Os que confundiram ideologia com ciência privaram CPT e MST de referências fundamentais para transformar o rico elenco de sua prática num rico elenco de interpretações que os teria transformado em personagens políticos decisivos de um Brasil renovado. Preferiram o silêncio da cumplicidade, satanizaram os críticos, perderam o brilho e perderam o protagonismo.