30.11.2014 | Raul Jungmann

30.11.2014

JORNAL DO COMMERCIO

OPOSIÇÃO DE CARA NOVA NA CÂMARA

LEGISLATIVO A partir de janeiro, a bancada oposicionista na Câmara do Recife perde integrantes combativos, como Priscila Krause (DEM), mas pode ganhar o reforço do PT

Beatriz Albuquerque
balbuquerque@jc.com.br

A composição da Câmara do Recife sofrerá alterações para o ano legislativo de 2015. Com a eleição dos vereadores Priscila Krause (DEM) e André Ferreira (PMDB) para a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), dois suplentes assumem as vagas na Casa de José Mariano. Priscila será substituída por Marcos Menezes (DEM) e Ferreira por Jayme Asfora (PMDB). A bancada de oposição perde uma integrante importante, mas poderá receber o reforço dos vereadores do PT.
Asfora é o atual secretário municipal da Juventude e Emprego na Prefeitura do Recife, mas não é novato no Legislativo. De 2012 até abril deste ano, ele assumiu a vaga da vereadora Marília Arraes (PSB), antes titular da mesma pasta ocupada atualmente por ele. O retorno de Asfora à Câmara representaria um reforço na bancada governista. Porém, ele ainda não definiu se voltará para o Legislativo ou se continuará no cargo designado pelo prefeito Geraldo Julio (PSB). Por outro lado, a oposição perde Priscila. A posição do suplente Marcos Menezes ainda é desconhecida, mas nos bastidores da Câmara a expectativa é de que ele não se alinhe com a oposição. Esta será a quinta vez que Menezes cumpre mandato de vereador.
O líder da bancada, vereador Raul Jungmann (PPS), assegura que continua na oposição apesar do seu partido ter apoiado a candidatura do governador eleito Paulo Câmara (PSB). “O partido fez a sua escolha em nível estadual e nacional, mas em relação ao prefeito não muda nada. O posicionamento que vale é o da eleição de 2012 e eu respeito o voto dos meus eleitores”, disse. Segundo Jungmann, a expectativa é que a vereadora Marília Arraes (PSB) – que declarou apoio ao senador Armando Monteiro (PTB) nas eleições de outubro – migre para a bancada. Em relação aos demais partidos que fizeram oposição em nível estadual, diz: “O PTB, não creio que venha para a oposição. Mas o PT é uma questão em aberto”.
Nas duas últimas semanas, os cinco vereadores do PT votaram uma série de matérias junto com a bancada de oposição. Caso o partido decida lançar candidatura própria para prefeito, em 2016, é provável que os vereadores reforcem o bloco. Mas a discussão ainda precisará ser feita nas instâncias partidárias. Segundo o líder do partido na Casa, Osmar Ricardo, “já está definido que vamos sair da bancada do governo, mas está em discussão se vamos ser oposição ou autônomos”.
O cenário para o próximo ano só deve ser definido após a composição da mesa diretora. A oposição irá apresentar condicionantes de apoio aos candidatos. Caso nenhum deles concordem com as propostas, o grupo defenderá candidatura própria.