23.11.2014 | Raul Jungmann

23.11.2014

FOLHA DE PERNAMBUCO

CONSELHO POLÍTICO DEVE SER CRIADO

Para contemplar todos 21 os partidos aliados, o governador eleito Paulo Câmara estuda a possibilidade de criação de um conselho partidário para escutar todos. O instrumento serviria para trocar informações sobre o processo de transição, perspectivas para o futuro governo e o início da gestão e atualizações dos números do Estado.

O trabalho será tocado pelo futuro chefe do Executivo estadual e o presidente estadual do PSB, Sileno Guedes. O dirigente aguarda o retorno de Câmara socialista para construir uma agenda ainda esta semana. Com a ferramenta, o PSB afaga a maior parte das siglas da base do Governo, enquanto deixa Câmara livre para fazer tratativas individuais com os maiores partidos da Frente.

“Eu conversei com Paulo essa semana e vamos fazer uma agenda. Estamos propondo um conselho político para abrir a interlocução com os partidos. Estamos avaliando se é melhor fazer as conversas de forma coletiva ou individual. Será uma conversa política com nossos aliados”, destacou Sileno.

A expectativa é que Paulo Câmara comece a ouvir as legendas aliadas sobre a composição do Governo do Estado em dezembro. Entre as siglas, contudo, a expectativa é de que o socialista abra o diálogo com os aliados nos próximos dias. O presidente do diretório do PR no Recife, deputado estadual Alberto Feitosa, deixou clara a pretensão do partido de ser ouvido e recuperar o seu espaço no Governo.

Nos dois governos de Eduardo Campos, a sigla comandou a pasta de Transportes, com o deputado Sebastião Oliveira; e a de Turismo, com Feitosa. “Desde o Governo Eduardo, tínhamos uma secretaria e queremos manter o nosso espaço. Repetimos nossa bancada e é natural que a gente participe. Não é só ocupar espaço, mas ajudar politicamente”, avaliou o republicano.

O deputado estadual Cleiton Collins (PP) também acredita que sua legenda deve ser procurada. “Assim como ele (Paulo) vai conversar com os partidos da base, também vai conversar com PP. Nossa prioridade é ajudar o governador a fazer uma boa gestão”, disse. O presidente estadual do PSL, Luciano Bivar, assegurou que o partido está à disposição do governador eleito, mas que deixará o aliado à vontade.

PPS – O vereador Raul Jungmann (PPS) afirma que o seu partido manterá a aliança com a administração estadual e estará disposto para o diálogo. No entanto, estará livre para fazer oposição ao prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB). “Cabe ao governador dizer a forma que vamos participar. Estamos

legitimados pelo voto popular a qualquer missão porque fizemos uma campanha de apoio e entramos pela porta da frente, sem conchavos”, afirmou.

 

LEIAJÁ

EXECUTIVA ESTADUAL DO PPS DETERMINA EXPULSÃO DE “INFIÉIS”

Reprodução do Facebook

Processos serão, agora, analisados pelo Conselho de Ética da legenda; a expectativa é de que as punições sejam efetivadas até o fim deste ano

por Giselly Santos

Filiados ao PPS que não votaram com o partido nas eleições deste ano estão a “um fio” de ser expulsos. A determinação foi oficializada, neste sábado (22), durante uma reunião do diretório estadual da legenda, na Zona Sul do Recife. No total foram instaurados 53 processos de infidelidade partidária (entre

diretórios municipais e parlamentares) e todos passarão por uma análise no Conselho de Ética da sigla, que se reúne na próxima segunda-feira (24) para julgar os casos.

Dos 53 processos, 19 corresponde à atuação de vereadores do PPS de todo o estado e três são dos vice-prefeitos de Floresta, Rinaldo Novaes, São Joaquim do Monte, Alberto Santos, e de Petrolândia, Janielma Rodrigues. “É um processo que só está começando. É doloroso, temos sido procurados por vereadores, presidentes municipais e vice-prefeitos, mas estamos tratando tudo com muita firmeza”, observou a presidente estadual do PPS, Débora Albuquerque.

“A decisão aqui (na reunião) é pela expulsão deles. Cometeram infidelidade não votando nos candidatos do partido a deputado federal, estadual e não seguindo com o governador Paulo Câmara (PSB)”, afirmou o vereador do Recife, Raul Jungmann, que foi um dos lesados com a infidelidade dos membros do partido, já que disputou uma vaga na Câmara Federal e não conquistou o quantitativo de votos suficientes para ir a Brasília.

Indagado se o processo é fruto de uma retaliação pessoal aos correligionários, Jungmann negou. “Não tem nada haver comigo, a gente pedia que votasse em candidatos estaduais e federais do partido. Muitas vezes você tinha a pressão local. E a gente dizia que se não desse para votar no estadual que fosse no federal e vice-versa. Não era o problema de que não votassem em mim, por exemplo, mas que votasse no estadual”, garantiu.

De acordo com a advogada do PPS e membro do Conselho de Ética, Lirdes Oliveira, a expectativa é que todo o processo seja finalizado ainda este ano. “Vamos fazer analisar um a um para fazer o parecer e dar a sugestão da pena que deve ser realizada. Pelo que visualizamos não é possível dizer que todos serão expulsos, seria prematuro”, detalhou.

Além dos 22 membros que podem ser expulsos, o PPS já definiu pela dissolução de 42 diretórios municipais. O quesito não necessita ser examinado pelo Conselho de Ética e foi definido hoje durante o encontro. “Os membros dos diretórios não serão reconduzidos. Esta questão não precisa ser passada pelo Conselho de Ética e optamos por já dissolver eles”, esclareceu Débora Albuquerque.

Questionados se a legenda perdia força no estado com a perda dos parlamentares e a dissolução dos diretórios, Débora pontuou que numericamente sim, mas em qualidade não. “Se você for falar em número é claro que perde, mas só vale ter quem é nosso. Não tenho preocupação com números. Estamos tendo a coragem de reestruturar o partido, o que deveria

ter acontecido já há muito tempo. Na próxima eleição não teremos este índice de trairagem, com certeza”, frisou. “Que eles sigam em paz para os partidos que ajudaram a crescer”, disparou acrescentando.