ARTIGOS | Raul Jungmann
Artigos escritos por Raul Jungmann

Conversa com Gabeira

Tanta coisa acontecendo mundo a fora… Dai, ligo para trocar algumas idéias com Fernando Gabeira, com quem costumo conversar sobre assuntos internacionais, tema ao qual nos dedicamos na Câmara dos Deputados. De quebra, dois dedos de prosa sobre sucessão no Rio de Jeneiro. Eis o resumo: HAITI, SURINAME, BRASILEIROS – “Ia ligar para você querendo ver se dava prá ir junto com o Jobim até o Haiti. Mas ele já tinha embarcado. A situação lá está dramática, muito, muito grave mesmo. Nós temos que ir lá assim que der, que for possível. Muitos prédios desabaram. Uma poeira formou uma nuvem negra e cobriu tudo. Só hoje pela manhã deu para fazer algo. O país está no chão.”   “E tem o Suriname. Continua tenso lá (Concordo. Tenho acompanhado e falado com o nosso embaixador). Podemos ter mais problemas.” Digo pra ele que tenho em mãos balanço do Itamaraty sobre brasileiros vivendo em países da América Latina. E que temos problemas em pelo menos seis países. Acordamos então de propôr uma subcomissão parlamentar de acompanhamento aos brasileiros vivendo no exterior, já que esses conflitos tendem a se ampliar, ao que tudo indica. RIO, ELEIÇÕES – Segundo Gabeira, Sérgio cabral e Garotinho têm 55, 60% dos votos do Rio e 40% tão em outra, querem outra opção. Então fica difícil não disputar porque os outros candidatos são frágeis. “Preferia, mesmo, ser candidato a senador. Mas vou ter que sair para o governo”. Pergunto se dá para ir com PSDB e PV (Marina). Sim, responde: “Marina no primeiro turno e ela ou o Serra no segundo.” Saída inteligente, concordo, e lhe desejo boa sorte, lembrando que... Leia Mais

Baile de Máscaras

Em 2008, nas eleições municipais para prefeito do Recife, apoiamos, como é de conhecimento público, a candidatura de Carlos  Eduardo Cadoca, em aliança com o PV. Esse palanque foi possível, em parte, pelo apoio e articulação do governador Eduardo Campos, o qual, portou-se de forma politicamente desrespeitosa para com os partidos e líderes em questão, ao nosso juízo. Essa foi a única motivação para o desagravo público e político, que fizemos ao darmos a entrevista de ontem ao jornal Folha de Pernambuco, objeto de amplas reações contrárias por parte do governismo e seus áulicos. Nada de pessoal contra a pessoa do governador, merecedor, política e institucionalmente, de todo nosso respeito, ou de quem quer que seja, dado que não fui nem sou afeito a personalismos e às práticas decorrentes de tal postura.   Reafirmamos, porém, cada palavra, cada frase e cada juízo daquela entrevista. Nela não faltei, por uma vez sequer, com a verdade. E, ainda que pareça pretensioso, todos os que acompanham a política pernambucana sabem que falei a verdade. Sem dúvida, verdade inconveniente, a ser negada de modo quase uníssono; em alguns casos em nome de conveniências, em outros de interesses. De modo a produzir uma tal frente de negativas que, vista em conjunto, bem caberia num baile de máscaras de um palazzo florentino… Pérola de sinceridade a denunciar e admitir tal mascarada, o sr. vice-governador João Lyra Neto diz tudo sobre todos, ao afirmar que “quem mais neste estado, se disporia a fechar um acordo político com este deputado, sabendo que (…) ele pode levar o assunto aos jornais?”. Mas levar o que aos jornais, sr.... Leia Mais

Baile de Máscaras

Em 2008, nas eleições municipais para prefeito do Recife, apoiamos, como é de conhecimento público, a candidatura de Carlos  Eduardo Cadoca, em aliança com o PV. Esse palanque foi possível, em parte, pelo apoio e articulação do governador Eduardo Campos, o qual, portou-se de forma politicamente desrespeitosa para com os partidos e líderes em questão, ao nosso juízo. Essa foi a única motivação para o desagravo público e político, que fizemos ao darmos a entrevista de ontem ao jornal Folha de Pernambuco, objeto de amplas reações contrárias por parte do governismo e seus áulicos. Nada de pessoal contra a pessoa do governador, merecedor, política e institucionalmente, de todo nosso respeito, ou de quem quer que seja, dado que não fui nem sou afeito a personalismos e às práticas decorrentes de tal postura.   Reafirmamos, porém, cada palavra, cada frase e cada juízo daquela entrevista. Nela não faltei, por uma vez sequer, com a verdade. E, ainda que pareça pretensioso, todos os que acompanham a política pernambucana sabem que falei a verdade. Sem dúvida, verdade inconveniente, a ser negada de modo quase uníssono; em alguns casos em nome de conveniências, em outros de interesses. De modo a produzir uma tal frente de negativas que, vista em conjunto, bem caberia num baile de máscaras de um palazzo florentino… Pérola de sinceridade a denunciar e admitir tal mascarada, o sr. vice-governador João Lyra Neto diz tudo sobre todos, ao afirmar que “quem mais neste estado, se disporia a fechar um acordo político com este deputado, sabendo que (…) ele pode levar o assunto aos jornais?”. Mas levar o que aos jornais, sr.... Leia Mais

A polêmica da Anistia: uma conversa com Paulo Vannuchi, secretário nacional de Direitos Humanos

Anteontem recebi a ligação de um velho e querido amigo, Paulo Sérgio Pinheiro, cardeal e referência maior na área de direitos humanos em nosso Pais e delegado especial da ONU para o tema. Falamos longamente sobre o III PNDH (Plano Nacional de Direitos Humanos) e o impasse da atual crise decorrente da Comissão da Verdade. Resolvi, então, ligar para o secretário nacional de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, que está de férias. Antecipei, assim, meu propósito de ouvi-lo sobre o que se passara. Abaixo, um resumo do que conversamos, eu e Vannuchi, tendo eu o cuidado de avisá-lo que iria por neste meu Portal uma síntese do principais pontos da sua fala. Eis os pontos: a. Quando o presidente Lula fez escala em Natal, rumo a Copenhague, no dia 15 de dezembro, o ministro da Defesa, Nélson Jobim, falou pra ele que a expressão “repressão política”  deveria ser complementada com a referência a “conflitos políticos”. Ou seja, além dos militares e civis que participaram da repressão, deveriam ser objeto de investigação os militantes da esquerda que pegaram em armas. b. O presidente da República concordou e Gilberto Carvalho me ligou na madrugada do mesmo dia para avisar que teria que mudar o texto do III PNDH. Falei pro Gilberto que não dava mais. Que o material já tava na gráfica, que o lançamento do III PNDH estava super atrasado e que qualquer modificação poderia ser feita mais adiante, quando do envio do projeto de lei. c. Claro, não me agradava a fórmula. Os militantes da esquerda foram investigados e condenados, essa parte da história é pública. Mas, afinal, tudo até... Leia Mais

A polêmica da Anistia: uma conversa com Paulo Vannuchi, secretário nacional de Direitos Humanos

Anteontem recebi a ligação de um velho e querido amigo, Paulo Sérgio Pinheiro, cardeal e referência maior na área de direitos humanos em nosso Pais e delegado especial da ONU para o tema. Falamos longamente sobre o III PNDH (Plano Nacional de Direitos Humanos) e o impasse da atual crise decorrente da Comissão da Verdade. Resolvi, então, ligar para o secretário nacional de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, que está de férias. Antecipei, assim, meu propósito de ouvi-lo sobre o que se passara. Abaixo, um resumo do que conversamos, eu e Vannuchi, tendo eu o cuidado de avisá-lo que iria por neste meu Portal uma síntese do principais pontos da sua fala. Eis os pontos: a. Quando o presidente Lula fez escala em Natal, rumo a Copenhague, no dia 15 de dezembro, o ministro da Defesa, Nélson Jobim, falou pra ele que a expressão “repressão política”  deveria ser complementada com a referência a “conflitos políticos”. Ou seja, além dos militares e civis que participaram da repressão, deveriam ser objeto de investigação os militantes da esquerda que pegaram em armas. b. O presidente da República concordou e Gilberto Carvalho me ligou na madrugada do mesmo dia para avisar que teria que mudar o texto do III PNDH. Falei pro Gilberto que não dava mais. Que o material já tava na gráfica, que o lançamento do III PNDH estava super atrasado e que qualquer modificação poderia ser feita mais adiante, quando do envio do projeto de lei. c. Claro, não me agradava a fórmula. Os militantes da esquerda foram investigados e condenados, essa parte da história é pública. Mas, afinal, tudo até... Leia Mais

Reforma Agrária: a verdade definitiva, ainda que tardia

O Correio Brasilienze do domingo passado traz reportagem definitiva sobre a reforma agrária nos governos Fernando Henrique Cardoso e Lula.   Na era FHC, foram desapropriados dez milhões e duzentos mil hectares em oito anos. Já no atual governo Lula, em seu sétimo ano, apenas três milhões e quatrocentos mil hectares. Logo, Fernando Henrique Cardoso desapropriou uma área três vezes maior para os sem terra do que o governo do PT. Na mesma matéria, somos informados que enquanto a gestão anterior desapropriou 3.536 imóveis, Lula havia destinado até hoje apenas 1.835 propriedades para a reforma agrária. Ou seja, FHC disponibilizou quase duas vezes mais imóveis que Lula e, detalhe importante, a média do governo passaado foi de 2.880 hectares por propriedade desapropriada, contra tão somente 1.852 do PT. Moral da história: Fernando Henrique, o “neoliberal”, desapropriou mais grandes propriedades que Lula, portanto, enfrentou muito mais o latifúndio que o atual presidente, o “socialista” Luiz Inácio Lula da Silva… Para nós, que fomos durante seis anos ministro da Reforma Agrária do governo anterior, o número total da área entregue aos sem terra foi de 22 milhões de hectares, coisa próxima ao tamanho do estado de São Paulo, que mede 24 milhões de hectares. No governo FHC se procedeu a maior e mais progressista mudança da legislação agrária, pós Estatuto da Terra, de 1964. Com destaque para o rito sumário, a revisão do ITR, a mudança nos valores das TDAs, lei da terra etc. Isso sem falar da criação do PRONAF, Programa Nacional da Agricultura Familiar e do próprio Ministério da Reforma Agrária. Já sob o governo do presidente Lula, que... Leia Mais
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