Em 2008, nas eleições municipais para prefeito do Recife, apoiamos, como é de conhecimento público, a candidatura de Carlos Eduardo Cadoca, em aliança com o PV.
Esse palanque foi possível, em parte, pelo apoio e articulação do governador Eduardo Campos, o qual, portou-se de forma politicamente desrespeitosa para com os partidos e líderes em questão, ao nosso juízo.
Essa foi a única motivação para o desagravo público e político, que fizemos ao darmos a entrevista de ontem ao jornal Folha de Pernambuco, objeto de amplas reações contrárias por parte do governismo e seus áulicos.
Nada de pessoal contra a pessoa do governador, merecedor, política e institucionalmente, de todo nosso respeito, ou de quem quer que seja, dado que não fui nem sou afeito a personalismos e às práticas decorrentes de tal postura.
Reafirmamos, porém, cada palavra, cada frase e cada juízo daquela entrevista. Nela não faltei, por uma vez sequer, com a verdade. E, ainda que pareça pretensioso, todos os que acompanham a política pernambucana sabem que falei a verdade.
Sem dúvida, verdade inconveniente, a ser negada de modo quase uníssono; em alguns casos em nome de conveniências, em outros de interesses. De modo a produzir uma tal frente de negativas que, vista em conjunto, bem caberia num baile de máscaras de um palazzo florentino…
Pérola de sinceridade a denunciar e admitir tal mascarada, o sr. vice-governador João Lyra Neto diz tudo sobre todos, ao afirmar que “quem mais neste estado, se disporia a fechar um acordo político com este deputado, sabendo que (…) ele pode levar o assunto aos jornais?”.
Mas levar o que aos jornais, sr. vice-governador? Se segundo todos os seus, governador incluído neste rol, nós não dissemos absolutamente nada?…
E, se acordo houve, e houve, saiba que as duas partes estão submetidas às mesmas regras de respeito mútuo. Ou nenhuma delas está obrigada a uma reciprocidade inexistente de deveres.