TERRORISMO, ARGENTINA, BRASIL | Raul Jungmann

TERRORISMO, ARGENTINA, BRASIL

Há 23 anos, aqui perto do hotel onde estou em Buenos Aires, a explosão de uma bomba em frente a embaixada de Israel matou 29 pessoas inocentes e feriu 250.

Dois anos após, em 1994, outra bomba, dessa vez na AMIA – Associação Mutual Israelita Argentina, ceifou 86 vidas e feriu mais de 300 pessoas.

Ontem foi o dia de recordar tudo isso, numa cerimônia carregada de emoção, tristeza e protestos contra as autoridades do governo da presidente Cristina Kirchner presentes – seu chefe da casa civil e ministro da justiça.

Como único parlamentar do Brasil convidado pela Congresso Judaico Latinoamericano, participei de reunião com deputados e senadores do Chile, Paraguai, Uruguai e Argentina sobre terrorismo e paz.

Em seguida, à noite, de um jantar com todos mais o ministro da Agricultura de Israel, Yair Shamir, filho do ex-primeiro ministro Yitzhak Shamir, com o qual mantive um bom debate sobre as opções de paz no Oriente Médio, o qual comentarei amanhã.

Pairando sobre todo o evento, a sombra da obscura morte do promotor Carlos Nizman, que acusara a presidente Cristina de acordo com o Irã para livrar os responsáveis pelo duplo atentado.

Para nós, o que se passou aqui é um alerta que ninguém, nenhum país, está a salvo do terrorismo global. Muito embora essa seja uma discussão bloqueada no Brasil, onde, diz o mantra, isso jamais acontecerá.

Lembrando que, para o ano, teremos os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, tomara que esse mantra seja verdade…

Raul Jungmann