O agora ex-ministro Cid Gomes, em palestra para estudantes na Universidade Federal do Pará, afirmou que na Câmara dos Deputados existiam 300, 400 achacadores, isto é, chantagistas.
Certamente, devem existir lá representantes dessa classe de pilantras, mas como sou deputado e nunca achaquei ninguém, lhe fiz uma interpelação judicial no STF, que foi deferida, para que desse o nome aos bois.
Em seguida, numa sessão plenária da Câmara eivada de baixarias, El Cid disse que achacadores estavam na base do governo Dilma e que o presidente Eduardo Cunha era um deles.
Saiu nos braços do “povo”, aqueles que trouxe do Ceará ou foram contratados em Brasília mesmo, passando a reinar nas redes sociais, como herói e homem de coragem por afirmar o que a média dos internautas pensam.
Do meu canto observo que, corajoso de fato fosse, El Cid teria dado nome aos bois, dito quem era achacador, cara a cara…Mas não o fez.
E, não o fazendo, deixou os “achacadores” a continuar extorquindo os cofres públicos, como sempre.
Se alguma “coragem” o ex-ministro da (des)educação teve, foi a dos déspotas, tiranos e ditadores, os “salvadores da pátria” que atacam os parlamentos, bem ou mal representantes da soberania popular da nação, em troca do aplauso fácil dos analfabetos políticos.
Salvadores que, mais adiante, nos retiram às liberdades e promovem ditaduras em nome de purificar a política como “salvadores da pátria” e da moral que são.
Invariavelmente quando no poder, o déspota “salvador” aplaudido pelas massas, censura a mídia (inclusive as redes sociais que cretinamente o endeusaram) e baixa a mais dura repressão aos que ousam contrariá-lo.
Então, sob as trevas do meio dia, as mais grossas roubalheiras rolam impunes, pois os que poderiam falar por nós estarão presos, torturados ou mortos.
Em tempo: até aqui El Cid não respondeu a nossa interpelação judicial dando os nomes dos achacadores da Câmara…
Raul Jungmann