ARTIGOS | Raul Jungmann
Artigos escritos por Raul Jungmann

Reforma Agrária: a verdade definitiva, ainda que tardia

O Correio Brasilienze do domingo passado traz reportagem definitiva sobre a reforma agrária nos governos Fernando Henrique Cardoso e Lula.   Na era FHC, foram desapropriados dez milhões e duzentos mil hectares em oito anos. Já no atual governo Lula, em seu sétimo ano, apenas três milhões e quatrocentos mil hectares. Logo, Fernando Henrique Cardoso desapropriou uma área três vezes maior para os sem terra do que o governo do PT. Na mesma matéria, somos informados que enquanto a gestão anterior desapropriou 3.536 imóveis, Lula havia destinado até hoje apenas 1.835 propriedades para a reforma agrária. Ou seja, FHC disponibilizou quase duas vezes mais imóveis que Lula e, detalhe importante, a média do governo passaado foi de 2.880 hectares por propriedade desapropriada, contra tão somente 1.852 do PT. Moral da história: Fernando Henrique, o “neoliberal”, desapropriou mais grandes propriedades que Lula, portanto, enfrentou muito mais o latifúndio que o atual presidente, o “socialista” Luiz Inácio Lula da Silva… Para nós, que fomos durante seis anos ministro da Reforma Agrária do governo anterior, o número total da área entregue aos sem terra foi de 22 milhões de hectares, coisa próxima ao tamanho do estado de São Paulo, que mede 24 milhões de hectares. No governo FHC se procedeu a maior e mais progressista mudança da legislação agrária, pós Estatuto da Terra, de 1964. Com destaque para o rito sumário, a revisão do ITR, a mudança nos valores das TDAs, lei da terra etc. Isso sem falar da criação do PRONAF, Programa Nacional da Agricultura Familiar e do próprio Ministério da Reforma Agrária. Já sob o governo do presidente Lula, que... Leia Mais

A Cultura e a Besta

Henrique Pereira de Carvalho, de 21 anos, estava sentado, folheando um livro na Cultura, em São Paulo, esquina da rua Augusta com a avenida Paulista. Era uma segunda-feira à tarde e a imensa livraria fervilhava às vésperas do Natal. Alexandre Fernando Aleixo, de 38 anos, aproximou-se devagar, abriu a sacola de lona que levava no ombro, tirou um taco de beisebol de alumínio e, sem dizer qualquer palavra, bateu várias vezes na cabeça de Henrique, um garoto que ele não conhecia e que desde então encontra-se em estado grave numa UTI. A partir do momento em que li essa notícia na Folha de São Paulo não consegui esquecê-la. Estive muitas vezes na Livraria Cultura, ali no Conjunto Nacional. Aliás, vou sempre lá quando estou em São Paulo.   No dia em que soube do fato, ou no dia seguinte, comentei-o com blogueiro Reinaldo Azevedo, que dias antes havia lançado um livro no mesmo local e que também ficara chocado o ocorrido. A violência em si, nós nos deparamos com ela todos os dias. Nos jornais, nas ruas ou na TV. Mas ela, a violência, quase sempre vem em um contexto, uma história, causas, consequências. Um enredo, enfim, que a encaixa, a emoldura e a humaniza, inserindo-a na corrente de paixões, interesses, tragédia ou, ainda, destino, o que lhe empresta algum sentido. O menino executado pela dívida do crack, a jovem por ciúmes do namorado, o assaltante morto no cínico “auto de resistência” por policiais, são exemplos. Nós nos apoiamos nesses enredos, talvez, para reduzir a violência em si às balas ou às facadas ou quem sabe ao corpo lançado disforme... Leia Mais

A Cultura e a Besta

Henrique Pereira de Carvalho, de 21 anos, estava sentado, folheando um livro na Cultura, em São Paulo, esquina da rua Augusta com a avenida Paulista. Era uma segunda-feira à tarde e a imensa livraria fervilhava às vésperas do Natal. Alexandre Fernando Aleixo, de 38 anos, aproximou-se devagar, abriu a sacola de lona que levava no ombro, tirou um taco de beisebol de alumínio e, sem dizer qualquer palavra, bateu várias vezes na cabeça de Henrique, um garoto que ele não conhecia e que desde então encontra-se em estado grave numa UTI. A partir do momento em que li essa notícia na Folha de São Paulo não consegui esquecê-la. Estive muitas vezes na Livraria Cultura, ali no Conjunto Nacional. Aliás, vou sempre lá quando estou em São Paulo.   No dia em que soube do fato, ou no dia seguinte, comentei-o com blogueiro Reinaldo Azevedo, que dias antes havia lançado um livro no mesmo local e que também ficara chocado o ocorrido. A violência em si, nós nos deparamos com ela todos os dias. Nos jornais, nas ruas ou na TV. Mas ela, a violência, quase sempre vem em um contexto, uma história, causas, consequências. Um enredo, enfim, que a encaixa, a emoldura e a humaniza, inserindo-a na corrente de paixões, interesses, tragédia ou, ainda, destino, o que lhe empresta algum sentido. O menino executado pela dívida do crack, a jovem por ciúmes do namorado, o assaltante morto no cínico “auto de resistência” por policiais, são exemplos. Nós nos apoiamos nesses enredos, talvez, para reduzir a violência em si às balas ou às facadas ou quem sabe ao corpo lançado disforme... Leia Mais

Poupança: Nunca antes na história desse país – e do mundo!

Em março de 2009, o jornal O Globo trazia, em sua manchete principal, a notícia de que o governo iria mexer, taxar, a caderneta de poupança. Quem afirmava isso era ninguém menos que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. A razão era a necessidade de se reduzir os juros básicos da economia abaixo de um patamar tal que as cadernetas de poupança passariam a atrair recursos dos fundos de investimentos, cruciais para a rolagem da dívida pública. Seria, dizia ele e a sua equipe do Ministério da Fazenda, a antevéspera do caos!   Em maio, o PPS, seguido por toda oposição, deu o exemplo: em seu programa nacional de rádio e TV, afirmou que o presidente iria mexer na poupança, como fizera Collor, e convocou a resistência por parte dos milhões de poupadores – trabalhadores, aposentados e profissionais liberais – que teriam seus ganhos taxados, ao revés dos bancos que, na crise ou na bem aventurança, seguiriam ganhando, e ganhando muito. Foi um Deus nos acuda. Com raríssimas exceções, todos os colunistas e articulistas que pontificam na área econômica bateram sem dó em nós e no PPS. Oportunistas e insensatos, foi a voz corrente, o senso comum publicado. Respondemos que haviam outras formas de se resolver o problema da rolagem da dívida em razão da queda dos juros básicos da economia, através de uma reforma financeira que extinguisse as Letras Financeiras do Tesouro, as LFTs. Essas, fruto do período super-inflacionário, perderam a sua razão de ser na estabilidade e ligam, contaminando, a política fiscal e a monetária, engessando a segunda. Os comercias na TV e rádio,... Leia Mais

Poupança: Nunca antes na história desse país – e do mundo!

Em março de 2009, o jornal O Globo trazia, em sua manchete principal, a notícia de que o governo iria mexer, taxar, a caderneta de poupança. Quem afirmava isso era ninguém menos que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. A razão era a necessidade de se reduzir os juros básicos da economia abaixo de um patamar tal que as cadernetas de poupança passariam a atrair recursos dos fundos de investimentos, cruciais para a rolagem da dívida pública. Seria, dizia ele e a sua equipe do Ministério da Fazenda, a antevéspera do caos!   Em maio, o PPS, seguido por toda oposição, deu o exemplo: em seu programa nacional de rádio e TV, afirmou que o presidente iria mexer na poupança, como fizera Collor, e convocou a resistência por parte dos milhões de poupadores – trabalhadores, aposentados e profissionais liberais – que teriam seus ganhos taxados, ao revés dos bancos que, na crise ou na bem aventurança, seguiriam ganhando, e ganhando muito. Foi um Deus nos acuda. Com raríssimas exceções, todos os colunistas e articulistas que pontificam na área econômica bateram sem dó em nós e no PPS. Oportunistas e insensatos, foi a voz corrente, o senso comum publicado. Respondemos que haviam outras formas de se resolver o problema da rolagem da dívida em razão da queda dos juros básicos da economia, através de uma reforma financeira que extinguisse as Letras Financeiras do Tesouro, as LFTs. Essas, fruto do período super-inflacionário, perderam a sua razão de ser na estabilidade e ligam, contaminando, a política fiscal e a monetária, engessando a segunda. Os comercias na TV e rádio,... Leia Mais

De Mário Montoto, para los hermanos de Brasil

Mário Montoto é presidente da Fundação Taeda que publica a revista DEF, sobre assuntos de defesa, na vizinha Argentina. Dele recebi a carta abaixo, um depoimento pessoal, o qual publico pelo interesse e conexão que tem para o presente debate sobre a anistia. O portal está aberto a todos que queiram se expressar sobre o tema. Raul Jungmann SOY MARIO MONTOTO, DNI: 12.578.290, ARGENTINO, VIUDO Y VUELTO A CASAR HACE CASI 20 AÑOS, PADRE DE CUATRO HIJOS Y DOS NIETAS. TENGO 53 AÑOS, RECIÉN CUMPLIDOS Y DESDE CORTA EDAD, HASTA QUE DEJO DE EXISTIR COMO ORGANIZACIÓN, FUI UN ACTIVO MIEMBRO DE LA ORGANIZACIÓN MONTONEROS, DE LA REPÚBLICA ARGENTINA. AL LEER RECIENTEMENTE SOBRE “LA DISCUSIÓN DEL  PASADO CONFLICTIVO”, EN BRASIL, ME RECORDÓ, OTRAS DISCUSIONES,DE CARACTERÍSTICAS SIMILARES, EN ARGENTINA, COMO EN OTROS PAÍSES LATINOAMERICANOS!!!!!!! LOS QUE “PELEAMOS”, MAS ALLÁ DEL JUICIO, QUE LA HISTORIA Y DIOS, HAGAN SOBRE NUESTRAS ACTITUDES, Y DESCONTANDO, QUE LO HICIMOS,CON LEALTAD,IDEALISMO, SIN ESPECULACIONES MEZQUINAS,DISPUESTOS A MORIRNOS O VIVIR CON DIGNIDAD, SIN ESPERAR OTROS PREMIOS O RECONOCIMIENTOS, QUE EL RESPETO Y COMPRENSIÓN, DE LOS DEMÁS, EN EL CUMPLIMIENTO DE LOS OBJETIVOS, QUE CADA UNO TENIA:  N O  N O S   M O T I V A   L A   V E N G A N Z A  !!!!!!!! ESTOY CONVENCIDO QUE LA TRAGEDIA QUE VIVIERON NUESTRAS NACIONES, EN TIEMPOS NO TAN LEJANOS, NO TUVIERON COMO PROTAGONISTAS,EXCLUSIVAMENTE A MILITANTES POLÍTICOS O GUERRILLEROS POR UN LADO Y A MILITARES POR EL OTRO. DE UNA FORMA U OTRA, DIVERSOS SECTORES DE LA SOCIEDAD TODA, TUVIERON GRADOS DE COMPROMISO Y PARTICIPACIÓN EN LAS TRISTE ÉPOCA, DE LOS ENFRENTAMIENTOS O MANIFESTACIONES, MAS O MENOS VIOLENTAS,... Leia Mais
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