ARTIGOS | Raul Jungmann
Artigos escritos por Raul Jungmann

De fatos e picaretas

O Panorama Político, coluna do jornal O Globo, do dia 20 p.p., trazia em uma nota cujo título era “Milhagem”, um suposto diálogo meu com o presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer, em que este, se dirigindo a mim, teria dito: “Você não acha que vai mais atrapalhar que ajudar? A idéia é meritória, mas lá tá precisando de gente que pegue na picareta”. Clique aqui e leia o artigo O Haiti é aqui Como  jamais tive esse diálogo com o presidente Temer, liguei para ele.  Michel então me afirmou que não reproduzira nossa conversa para o jornalista responsável pela coluna Panorama e, sim, fizera um comentário sobre o que ele, Temer, considerava prioridade para o Haiti, naquele momento. Ocorre que na semana anterior, por telefone, propus a ele iniciativas referentes à tragédia do Haiti, dentre outras uma comissão geral para discutir o papel do Brasil na recuperação do país e os objetivos da Minustah. A certa altura da conversa, indaguei-lhe da conveniência de se mandar uma missão externa composta por deputados para verificar a situação, incluso do nosso pessoal lá, visando subsidiar as discussões que teríamos que realizar. Afinal, todas ou quase todas as decisões futuras referentes à nossa permanência naquele país, recursos, etc da missão de paz que coordenamos, teriam que ser aprovadas pela Câmara. Foi então que o presidente Temer nos disse do seu interesse de ir lá e nos pediu que entrássemos em contato com o Ministério da Defesa, dada nossa condição de  membro da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, de modo a verificar as condições e oportunidade da nossa ida ao Haiti, o que... Leia Mais

O Haiti é aqui

Quando anunciei que abriria mão de parte das minhas emendas em benefício do povo do Haiti recebi, para minha surpresa, algumas críticas. Sinteticamente, me perguntavam o que tínhamos feito pelas vítimas de Angra do Reis, da baixada fluminense, pelo sertanejo do semiárido e, já agora, pelas vítimas das águas no agreste pernambucano. Em resumo, por que ajudar uns, haitianos, e não outros, brasileiros, que também eram vítimas? Me ocorrem duas considerações a estes questionamentos. A primeira delas é de que se eu atendesse às vítimas do Haiti, as de Angra, da baixada etc, ainda assim centenas, talvez milhares de dramas outros ficassem de fora, não é mesmo? Donde se conclui que não está na escala humana, só na divina, atender a todos os que necessitam. Portanto, e do ponto de vista dos que fizeram a crítica, sempre seremos passíveis de uma censura por um ato de solidariedade com alguém, um grupo, povo ou nação. Não tem escapatória. Por essa ótica, toda ação de ajuda a quem necessite, por não ser “totalmente abrangente” ou para todos, é um ato errado, ainda que parcialmente. Nesse ponto chegamos a uma conclusão inescapável, que é a seguinte: para não correr o risco de errar e/ou cometer injustiças ou exclusões, só nos resta ser egoístas e não solidários… A segunda consideração decorre da crítica de ter acudido “estrangeiros” em lugar de “nacionais”. Donde se pode inferir que “nós”, nacionais, temos precedência sobre “eles”, estranhos,  mesmo que fossem vidas que estivessem em jogo. Se você tivesse ao seu alcance duas crianças pequenas, uma haitiana e outra brasileira, necessitando de cuidados, qual delas você atenderia primeiro?... Leia Mais

O Haiti é aqui

Quando anunciei que abriria mão de parte das minhas emendas em benefício do povo do Haiti recebi, para minha surpresa, algumas críticas. Sinteticamente, me perguntavam o que tínhamos feito pelas vítimas de Angra do Reis, da baixada fluminense, pelo sertanejo do semiárido e, já agora, pelas vítimas das águas no agreste pernambucano. Em resumo, por que ajudar uns, haitianos, e não outros, brasileiros, que também eram vítimas? Me ocorrem duas considerações a estes questionamentos. A primeira delas é de que se eu atendesse às vítimas do Haiti, as de Angra, da baixada etc, ainda assim centenas, talvez milhares de dramas outros ficassem de fora, não é mesmo? Donde se conclui que não está na escala humana, só na divina, atender a todos os que necessitam. Portanto, e do ponto de vista dos que fizeram a crítica, sempre seremos passíveis de uma censura por um ato de solidariedade com alguém, um grupo, povo ou nação. Não tem escapatória. Por essa ótica, toda ação de ajuda a quem necessite, por não ser “totalmente abrangente” ou para todos, é um ato errado, ainda que parcialmente. Nesse ponto chegamos a uma conclusão inescapável, que é a seguinte: para não correr o risco de errar e/ou cometer injustiças ou exclusões, só nos resta ser egoístas e não solidários… A segunda consideração decorre da crítica de ter acudido “estrangeiros” em lugar de “nacionais”. Donde se pode inferir que “nós”, nacionais, temos precedência sobre “eles”, estranhos,  mesmo que fossem vidas que estivessem em jogo. Se você tivesse ao seu alcance duas crianças pequenas, uma haitiana e outra brasileira, necessitando de cuidados, qual delas você atenderia primeiro?... Leia Mais

O Haiti é aqui

Quando anunciei que abriria mão de parte das minhas emendas em benefício do povo do Haiti recebi, para minha surpresa, algumas críticas. Sinteticamente, me perguntavam o que tínhamos feito pelas vítimas de Angra do Reis, da baixada fluminense, pelo sertanejo do semiárido e, já agora, pelas vítimas das águas no agreste pernambucano. Em resumo, por que ajudar uns, haitianos, e não outros, brasileiros, que também eram vítimas? Me ocorrem duas considerações a estes questionamentos. A primeira delas é de que se eu atendesse às vítimas do Haiti, as de Angra, da baixada etc, ainda assim centenas, talvez milhares de dramas outros ficassem de fora, não é mesmo? Donde se conclui que não está na escala humana, só na divina, atender a todos os que necessitam. Portanto, e do ponto de vista dos que fizeram a crítica, sempre seremos passíveis de uma censura por um ato de solidariedade com alguém, um grupo, povo ou nação. Não tem escapatória. Por essa ótica, toda ação de ajuda a quem necessite, por não ser “totalmente abrangente” ou para todos, é um ato errado, ainda que parcialmente. Nesse ponto chegamos a uma conclusão inescapável, que é a seguinte: para não correr o risco de errar e/ou cometer injustiças ou exclusões, só nos resta ser egoístas e não solidários… A segunda consideração decorre da crítica de ter acudido “estrangeiros” em lugar de “nacionais”. Donde se pode inferir que “nós”, nacionais, temos precedência sobre “eles”, estranhos,  mesmo que fossem vidas que estivessem em jogo. Se você tivesse ao seu alcance duas crianças pequenas, uma haitiana e outra brasileira, necessitando de cuidados, qual delas você atenderia primeiro?... Leia Mais

FUNDO DO CLIMA COMEÇA A OPERAR EM 2010?

Segundo nos informou o Ministro Carlos Minc, o Fundo Nacional Sobre Mudanças Climáticas (Lei nº 12.114, de 2009), deverá dispor de R$ 800 milhões para o ano de 2010. O problema, segundo ele, é a regulamentação. Ou seja, o decreto e as portarias que disporão sobre a gestão e a execução do fundo. No caso do Fundo da Amazônia, o processo demorou mais de um ano e os recursos, segundo Minc “foram parar no superávit primário” (abatimento da conta de juros). Para Minc, o semi-árido nordestino, por ser o bioma mais afetado pelas mudanças climáticas, deverá receber entre 30 a 40% dos recursos do novo fundo. Pergunto então pela situação das cidades costeiras, caso específico do Recife e sua região metropolitana. O ministro me responde que elas também serão contempladas. Por fim, ele nos convidou para o Seminário Nacional sobre o Bioma da Caatinga (semi-árido) a se realizar no início de março, em Petrolina e Juazeiro. Estarei lá, respondi. Obs – Essa questão do Fundo Nacional do Clima é fundamental para nós. Pernambuco tem 2/3 de seu território no semi-árido e, lá, os impactos se farão sentir com maior intensidade que nos demais biomas. Ao mesmo tempo, o Recife já é tido como um lugar para se visitar, antes que desapareça (?!), como nosso Portal informou em 1ª mão. Daí que temos de ter projetos, brigar pelos recursos para mitigação e, sobretudo, adaptação às mudanças climáticas. O mundo inteiro está de olho nessas questões, e vai brigar duro por cada real, cada dólar para suas populações. E nós? Nem Pernambuco nem o Recife foram representados na COP15 pelos seus... Leia Mais

FUNDO DO CLIMA COMEÇA A OPERAR EM 2010?

Segundo nos informou o Ministro Carlos Minc, o Fundo Nacional Sobre Mudanças Climáticas (Lei nº 12.114, de 2009), deverá dispor de R$ 800 milhões para o ano de 2010. O problema, segundo ele, é a regulamentação. Ou seja, o decreto e as portarias que disporão sobre a gestão e a execução do fundo. No caso do Fundo da Amazônia, o processo demorou mais de um ano e os recursos, segundo Minc “foram parar no superávit primário” (abatimento da conta de juros). Para Minc, o semi-árido nordestino, por ser o bioma mais afetado pelas mudanças climáticas, deverá receber entre 30 a 40% dos recursos do novo fundo. Pergunto então pela situação das cidades costeiras, caso específico do Recife e sua região metropolitana. O ministro me responde que elas também serão contempladas. Por fim, ele nos convidou para o Seminário Nacional sobre o Bioma da Caatinga (semi-árido) a se realizar no início de março, em Petrolina e Juazeiro. Estarei lá, respondi. Obs – Essa questão do Fundo Nacional do Clima é fundamental para nós. Pernambuco tem 2/3 de seu território no semi-árido e, lá, os impactos se farão sentir com maior intensidade que nos demais biomas. Ao mesmo tempo, o Recife já é tido como um lugar para se visitar, antes que desapareça (?!), como nosso Portal informou em 1ª mão. Daí que temos de ter projetos, brigar pelos recursos para mitigação e, sobretudo, adaptação às mudanças climáticas. O mundo inteiro está de olho nessas questões, e vai brigar duro por cada real, cada dólar para suas populações. E nós? Nem Pernambuco nem o Recife foram representados na COP15 pelos seus... Leia Mais
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