ARTIGOS | Raul Jungmann
Artigos escritos por Raul Jungmann

O PPS, as eleições no Recife e a unidade das oposições

*Por Raul Jungmann Diante do atual quadro político com o qual se defrontam as oposições no Recife, o nosso partido tem duas linhas de ação, articuladas e sequenciadas, definidas interna e nacionalmente.Derrotar o atual bloco de forças que se articula nos planos nacional, estadual e local é a óbvia prioridade para o PPS. Nossa meta é a busca de um candidato unitário e que aglutine a todos nós numa proposta vencedora.   Isto quer dizer que o PPS terá candidatura própria, se e somente se, as oposições não se unirem em torno de um único palanque. Ou se esta “unidade una”, nota bene, não venha a ser a melhor estratégia para o conjunto enfrentar o governo.   É isso que temos pregado qual um mantra, incansavelmente. E não apenas pregado. Quando propusemos a Mesa da Unidade/MDU, estávamos praticando, agindo, na direção do que pregávamos. E, até aqui, a MDU tem sido um sucesso, dada a consciência coletiva dos seus membros e o alto nível de maturidade alcançado.   Aliás, é engraçado ver diariamente na imprensa o obituário da Mesa, em razão dela abrigar diversas candidaturas que, pelo simples fato de existir, a colocam em crise permanente. Pois é justamente da existência das múltiplas candidaturas que a MDU existe! Se elas não existissem ou tivéssemos nós apenas um candidato desde já, para que a Mesa?! Aliás, para que unidade?… Afinal, o que é uno é idêntico a si mesmo.   Daí que a MDU pode chegar viva até as eleições. Tudo dependerá da melhor estratégia a seguir do nosso lado. Mas ela pode também não sobreviver até lá, caso a... Leia Mais

O 11 DE SETEMBRO E NÓS

Por: Raul Jungmann* Os atentados de dez anos atrás, às torres gêmeas do World Trade Center, tiveram o condão de introduzir três mudanças visíveis ainda hoje, dentre outras.A primeira delas, e mais duradoura, foi a subida do tema segurança ao topo da agenda internacional, com todo seu corolário de resoluções da ONU, reforços dos aparatos de defesa, protocolos adicionais de controle de comércio entre países, etc. Hoje, vivemos todos num universo muito mais invasivo, com a presença do Estado bem maior que antes nas nossas vidas, em especial nos EUA e Europa. Direitos foram podados e  estendidos ao máximo os mandatos das novas agências de controle e segurança. O segundo dos impactos se deu na ordem internacional, mediante o apogeu do unilateralismo americano, cujo exemplo máximo se consubstanciou na invasão do Iraque, dissipando o capital amealhado pelos norte-americanos quando da reação inicial ao 11.09 e a invasão compartilhada do Afeganistão.Como corolário, os EUA, revertendo a tendência do segundo governo Clinton, passaram a enfrentar déficits fiscais crescentes, que hoje, pós crise de 2008, foram ampliados e no presente exaurem, do ponto de vista fiscal, a maior economia do planeta. Por último, a governança internacional e o multilateralismo foram duramente atingidos pela opção de respostas unilaterais por parte dos Estados Unidos e seus aliados, sem o respaldo da ONU. E nós com isso, relativamente ao mundo que emergiu no pós 11 de setembro de 2001?De lá prá cá o Brasil avançou a passos largos para um protagonismo global, na esteira do seu sucesso econômico, avanço na redução da pobreza e estabilidade democrática. Entretanto, fizemos isso sem que debate algum fosse travado... Leia Mais

O 11 DE SETEMBRO E NÓS

Por: Raul Jungmann* Os atentados de dez anos atrás, às torres gêmeas do World Trade Center, tiveram o condão de introduzir três mudanças visíveis ainda hoje, dentre outras.A primeira delas, e mais duradoura, foi a subida do tema segurança ao topo da agenda internacional, com todo seu corolário de resoluções da ONU, reforços dos aparatos de defesa, protocolos adicionais de controle de comércio entre países, etc. Hoje, vivemos todos num universo muito mais invasivo, com a presença do Estado bem maior que antes nas nossas vidas, em especial nos EUA e Europa. Direitos foram podados e  estendidos ao máximo os mandatos das novas agências de controle e segurança. O segundo dos impactos se deu na ordem internacional, mediante o apogeu do unilateralismo americano, cujo exemplo máximo se consubstanciou na invasão do Iraque, dissipando o capital amealhado pelos norte-americanos quando da reação inicial ao 11.09 e a invasão compartilhada do Afeganistão.Como corolário, os EUA, revertendo a tendência do segundo governo Clinton, passaram a enfrentar déficits fiscais crescentes, que hoje, pós crise de 2008, foram ampliados e no presente exaurem, do ponto de vista fiscal, a maior economia do planeta. Por último, a governança internacional e o multilateralismo foram duramente atingidos pela opção de respostas unilaterais por parte dos Estados Unidos e seus aliados, sem o respaldo da ONU. E nós com isso, relativamente ao mundo que emergiu no pós 11 de setembro de 2001?De lá prá cá o Brasil avançou a passos largos para um protagonismo global, na esteira do seu sucesso econômico, avanço na redução da pobreza e estabilidade democrática. Entretanto, fizemos isso sem que debate algum fosse travado... Leia Mais

Terror em Oslo, terror aqui?

Por Raul Jungmann A Noruega é um país pacífico, de nível de vida e educação invejáveis. Lá, creio, ninguém estava preparado – alguém está? -, para a carnificina, dor e sofrimento que os dois recentes atentados e 94 mortos produziram. Me fez lembrar a Argentina, 1994. Também lá não se contava com o que se passou na AMIA, uma associação judaica, aonde extremistas islâmicos lançaram bombas e mataram 85 pessoas, deixando ainda 300 feridas.Nós, como eles, também não acreditamos que seja possível que algo assim venha a acontecer conosco. Nosso mantra é que não temos contenciosos com vizinhos, pois nossas fronteiras são o resultado de um prodígio diplomático que vem do século passado. Também não temos conflitos étnicos, religiosos ou regionais profundos, não é mesmo? Cabe a pergunta: e a Argentina ou a Noruega acaso os tinham?  A resposta é não. Que eu saiba, fui o único a promover duas audiências públicas sobre terrorismo na Câmara dos Deputados. Lá, reuni todos os que, no governo e fora dele, de uma ou outra forma, lidavam e tinham responsabilidades com o tema. Então, fiquei sabendo que não dispomos de planos de contingência para equipamentos de massa (metrôs, estádios, aeroportos etc) em nossas capitais e outras grandes cidades. E que, apesar de 14 órgãos estarem envolvidos com o problema, o comando das ações permanece impreciso e a Autoridade Antiterrorismo, promessa do governo Lula, nunca saiu do papel. Pior, nos falta uma legislação que tipifique o crime de terrorismo. A que temos é a velha Lei de Segurança Nacional, que não dá conta do recado. Afinal, o “terror” que a tal lei prevê... Leia Mais

Terror em Oslo, terror aqui?

Por Raul Jungmann A Noruega é um país pacífico, de nível de vida e educação invejáveis. Lá, creio, ninguém estava preparado – alguém está? -, para a carnificina, dor e sofrimento que os dois recentes atentados e 94 mortos produziram. Me fez lembrar a Argentina, 1994. Também lá não se contava com o que se passou na AMIA, uma associação judaica, aonde extremistas islâmicos lançaram bombas e mataram 85 pessoas, deixando ainda 300 feridas.Nós, como eles, também não acreditamos que seja possível que algo assim venha a acontecer conosco. Nosso mantra é que não temos contenciosos com vizinhos, pois nossas fronteiras são o resultado de um prodígio diplomático que vem do século passado. Também não temos conflitos étnicos, religiosos ou regionais profundos, não é mesmo? Cabe a pergunta: e a Argentina ou a Noruega acaso os tinham?  A resposta é não. Que eu saiba, fui o único a promover duas audiências públicas sobre terrorismo na Câmara dos Deputados. Lá, reuni todos os que, no governo e fora dele, de uma ou outra forma, lidavam e tinham responsabilidades com o tema. Então, fiquei sabendo que não dispomos de planos de contingência para equipamentos de massa (metrôs, estádios, aeroportos etc) em nossas capitais e outras grandes cidades. E que, apesar de 14 órgãos estarem envolvidos com o problema, o comando das ações permanece impreciso e a Autoridade Antiterrorismo, promessa do governo Lula, nunca saiu do papel. Pior, nos falta uma legislação que tipifique o crime de terrorismo. A que temos é a velha Lei de Segurança Nacional, que não dá conta do recado. Afinal, o “terror” que a tal lei prevê... Leia Mais

Dilemas da integração Sulamericana

Por Raul Jungmann Pela sua amplitude e sucesso, a União Européia permanece sendo o modelo e medida dos processos de integração regional ao redor do mundo. Liderada pela Alemanha e a França, a integração européia tem na democracia e no capitalismo social de mercado suas bases institucionais – que agora, pós-crise global de 2008, estão sendo severamente testadas no plano econômico e financeiro. Na redução operada no horizonte espacial da integração, que se desloca da America Latina para a America do Sul, por liderança e iniciativa nossa e cuja cristalização se dá via UNASUL, nosso regionalismo permanece carente de bases institucionais e como uma promessa distante, em que pesa a retórica presidencial. Líder desse processo, o Brasil até aqui não pôs ênfase na construção de estruturas que pudessem lhe embaraçar os passos rumo a uma maior presença global, em troca de um regionalismo que se acredita, mas não se diz, de difícil concretização. E que, em contrapartida, levassem ao crescimento de nossas responsabilidades e custos financeiros em termos de cooperação. No vácuo dessa indefinição estratégica, dois movimentos se expandem e consolidam. De uma parte, paralisam-se ou permanecem estagnadas as mais frutíferas experiências de integração econômica e comercial – embora não sejam apenas isso – do Mercosul e da Comunidade Andina das Nações, CAN. Secundarizadas por um colegiado essencialmente político, a UNASUL, elas marcam passo e ao tempo que florescem os fluxos e inversões financeiras e as trocas mercado a mercado. No plano interno, o atual governo e o anterior, dando cumprimento a acordos com o grande capital, ancorarão a captura do mercado sulamericano por nossas transnacionais via BNDES ,... Leia Mais
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