ARTIGOS | Raul Jungmann
Artigos escritos por Raul Jungmann

PERU: Todos os brasileiros podem ser resgatados ainda hoje

Raul Jungmann Preocupado com a situação dos turistas brasileiros que foram surpreendidos a caminho de Machu Picchu, no Peru e ficaram ilhados na cidade de Águas Calientes, entrei em contato com nossa embaixada naquele país. Abaixo, resumo da conversa com o embaixador Jorge Taunay, que está em Cuzco: * No início houve muita desorganização e a situação ficou muito precária. Chegaram a desviar comida enviada para os turistas brasileiros. * Hoje foi um bom dia. Conseguimos trazer para cá 100 dos nossos. Segundo o vice-consul do Brasil que se encontra em Águas Calientes, restam mais ou menos 170 brasileiros. * Se amanhã fizer bom tempo, como hoje, todos poderão ser retirados. Dos que ainda permanecem lá, ninguém tem mais de 30 anos. Ficaram só os jovens, todos os demais já foram evacuados. * Nós oferecemos ajuda, inclusive helicópteros, que o Peru gentilmente recusou. Agora, eles mobilizaram 14 helicópteros e montaram uma ponte aérea, que está funcionando muito bem. * O Brasil enviou 14 toneladas de alimentos para as vítimas das chuvas. As ações, aqui, estão centralizadas no ministro do turismo, com apoio das forças armadas e eles estão fazendo o que podem. * O número de brasileiros ainda poderá aumentar. Porque existem dois caminhos para Machu Picchu, o de trem e o caminho do Inca, e por esse ainda tem gente chegando. Acho eu que a recusa dos peruanos em aceitar nossos helicópteros tem a ver com um fato histórico, passado no século XIX, a Guerra do Pacífico, quando o Chile anexou uma parte ao sul do território peruano. Se aceitassem os nossos teriam que aceitar os deles, sem dúvida. E, para... Leia Mais

O OCASO DE CHÁVEZ

Por Raul Jungmann   Estive reunido com o presidente Hugo Chávez no palácio presidencial de Miraflores por três horas e meia em 2000, a seu pedido, para falar sobre a reforma agrária no Brasil, quando era ministro do governo Fernando Henrique. Voltei a estar com Chávez tempos depois, na inauguração do linhão de Guri, que levou energia a Boa Vista, em Roraima. Me recordo que ele estava ao lado de Fidel Castro, então completando 75 anos naquele dia. Recentemente, em novembro de 2009, retornei à Venezuela, aonde me reuni com ministros, parlamentares, jornalistas e acadêmicos. Na ocasião, coordenava uma missão externa da Câmara dos Deputados, que também visitou o Equador e a Colômbia, quando estivemos com os presidentes Rafael Correa e Álvaro Uribe. O objetivo da missão era tratar do uso de bases militares colombianas pelos EUA, tema que deflagrou uma crise regional que envolveu o Brasil. À época que o encontrei pela primeira vez, Chávez ainda não tinha sido salvo pelo governo  FHC quando, em dezembro de 2002,  enviamos um navio de combustível que furou o bloqueio dos grevistas da PDVSA, a petroleira venezuelana, que o ameaçava com um colapso dos transportes. Depois desse episódio, a oposição desfechou um golpe, como ele mesmo tentara em 1992, fechou o Congresso venezuelano e o mandou preso para uma ilha oceânica. De lá, ele saiu dias depois e quebrou a espinha dorsal dos grevistas e oposição. Esta, num gesto suicida, boicotou as eleições gerais de 2004, abrindo espaço para o predomínio total do presidente Chávez. O qual, paulatinamente, foi ocupando todas as instâncias  e poderes estatais e reformou, ao seu talante,... Leia Mais

O OCASO DE CHÁVEZ

Por Raul Jungmann   Estive reunido com o presidente Hugo Chávez no palácio presidencial de Miraflores por três horas e meia em 2000, a seu pedido, para falar sobre a reforma agrária no Brasil, quando era ministro do governo Fernando Henrique. Voltei a estar com Chávez tempos depois, na inauguração do linhão de Guri, que levou energia a Boa Vista, em Roraima. Me recordo que ele estava ao lado de Fidel Castro, então completando 75 anos naquele dia. Recentemente, em novembro de 2009, retornei à Venezuela, aonde me reuni com ministros, parlamentares, jornalistas e acadêmicos. Na ocasião, coordenava uma missão externa da Câmara dos Deputados, que também visitou o Equador e a Colômbia, quando estivemos com os presidentes Rafael Correa e Álvaro Uribe. O objetivo da missão era tratar do uso de bases militares colombianas pelos EUA, tema que deflagrou uma crise regional que envolveu o Brasil. À época que o encontrei pela primeira vez, Chávez ainda não tinha sido salvo pelo governo  FHC quando, em dezembro de 2002,  enviamos um navio de combustível que furou o bloqueio dos grevistas da PDVSA, a petroleira venezuelana, que o ameaçava com um colapso dos transportes. Depois desse episódio, a oposição desfechou um golpe, como ele mesmo tentara em 1992, fechou o Congresso venezuelano e o mandou preso para uma ilha oceânica. De lá, ele saiu dias depois e quebrou a espinha dorsal dos grevistas e oposição. Esta, num gesto suicida, boicotou as eleições gerais de 2004, abrindo espaço para o predomínio total do presidente Chávez. O qual, paulatinamente, foi ocupando todas as instâncias  e poderes estatais e reformou, ao seu talante,... Leia Mais

O OCASO DE CHÁVEZ

Por Raul Jungmann   Estive reunido com o presidente Hugo Chávez no palácio presidencial de Miraflores por três horas e meia em 2000, a seu pedido, para falar sobre a reforma agrária no Brasil, quando era ministro do governo Fernando Henrique. Voltei a estar com Chávez tempos depois, na inauguração do linhão de Guri, que levou energia a Boa Vista, em Roraima. Me recordo que ele estava ao lado de Fidel Castro, então completando 75 anos naquele dia. Recentemente, em novembro de 2009, retornei à Venezuela, aonde me reuni com ministros, parlamentares, jornalistas e acadêmicos. Na ocasião, coordenava uma missão externa da Câmara dos Deputados, que também visitou o Equador e a Colômbia, quando estivemos com os presidentes Rafael Correa e Álvaro Uribe. O objetivo da missão era tratar do uso de bases militares colombianas pelos EUA, tema que deflagrou uma crise regional que envolveu o Brasil. À época que o encontrei pela primeira vez, Chávez ainda não tinha sido salvo pelo governo  FHC quando, em dezembro de 2002,  enviamos um navio de combustível que furou o bloqueio dos grevistas da PDVSA, a petroleira venezuelana, que o ameaçava com um colapso dos transportes. Depois desse episódio, a oposição desfechou um golpe, como ele mesmo tentara em 1992, fechou o Congresso venezuelano e o mandou preso para uma ilha oceânica. De lá, ele saiu dias depois e quebrou a espinha dorsal dos grevistas e oposição. Esta, num gesto suicida, boicotou as eleições gerais de 2004, abrindo espaço para o predomínio total do presidente Chávez. O qual, paulatinamente, foi ocupando todas as instâncias  e poderes estatais e reformou, ao seu talante,... Leia Mais

Brasil, Haiti, EUA

O Congresso Nacional decidiu certo ao aprovar o pedido do Ministério da Defesa de dobrar o contingente de militares brasileiros no Haiti. Entretanto, ficou faltando uma discussão sobre nosso papel lá, agora que o país literalmente acabou e que os objetivos e dimensões da missão brasileira, e da Minustah, cresceram desmesuradamente. Aliás, hoje à tarde recebi a visita de um general da ativa, competente e influente oficial superior, que me disse três coisas sobre o papel dos EUA no Haiti: a. Antes do terremoto, havia 50.000 americanos no Haiti, dos quais aproximadamente 5 mil morreram. Portanto, eles tinham que estar lá e com muita estrutura. b. Cartéis ligados às drogas da Colômbia e México estavam se preparando para aproveitar o caos decorrente da tragédia, dominar o terreno e transformar o Haiti num grande entreposto de passagem da droga para os EUA. O que está afastado, dada a maciça intervenção yankee. c. Com o país arrasado, a alternativa para inúmeros haitianos será migrar em massa para os EUA, que não estão tão distantes. O que também foi conjurado. Sem dúvida, razões críveis e que justificam o aporte de pessoal militar e recursos determinado pelo presidente Barack Obama. Outra questão é a insubmissão dos americanos à coordenação da ONU, via Minustah, e ao comando brasileiro responsável pela segurança. Por essas e outras é que no próximo dia 02 estaremos propondo uma comissão geral da Câmara dos Deputados para rediscutir o que fazemos e que vamos fazer no Haiti daqui para a  frente.  Por Raul... Leia Mais

Brasil, Haiti, EUA

O Congresso Nacional decidiu certo ao aprovar o pedido do Ministério da Defesa de dobrar o contingente de militares brasileiros no Haiti. Entretanto, ficou faltando uma discussão sobre nosso papel lá, agora que o país literalmente acabou e que os objetivos e dimensões da missão brasileira, e da Minustah, cresceram desmesuradamente. Aliás, hoje à tarde recebi a visita de um general da ativa, competente e influente oficial superior, que me disse três coisas sobre o papel dos EUA no Haiti: a. Antes do terremoto, havia 50.000 americanos no Haiti, dos quais aproximadamente 5 mil morreram. Portanto, eles tinham que estar lá e com muita estrutura. b. Cartéis ligados às drogas da Colômbia e México estavam se preparando para aproveitar o caos decorrente da tragédia, dominar o terreno e transformar o Haiti num grande entreposto de passagem da droga para os EUA. O que está afastado, dada a maciça intervenção yankee. c. Com o país arrasado, a alternativa para inúmeros haitianos será migrar em massa para os EUA, que não estão tão distantes. O que também foi conjurado. Sem dúvida, razões críveis e que justificam o aporte de pessoal militar e recursos determinado pelo presidente Barack Obama. Outra questão é a insubmissão dos americanos à coordenação da ONU, via Minustah, e ao comando brasileiro responsável pela segurança. Por essas e outras é que no próximo dia 02 estaremos propondo uma comissão geral da Câmara dos Deputados para rediscutir o que fazemos e que vamos fazer no Haiti daqui para a  frente.  Por Raul... Leia Mais
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