5/12/2014
Pessoal, a contratação de milícias pelas empresas de ônibus é muito grave. Acho natural alguns de vocês apoiarem a presença desses “vigias”, por causa da insegurança em que a gente sente na cidade. É normal pensar que as milícias estão ali para inibir os marginais. Mas, na verdade, nos fins de semana as empresas recolhem parte da frota na garagem, para economizar, violando seu contrato de serviço (denunciei outro dia esse tipo de sonegação de ônibus). Além disso, no fim de semana tem muito mais gente indo à praia. Por isso, com poucos ônibus para muitos passageiros, as paradas dessas regiões viram um caos. Então, as empresas de ônibus colocam vigias com cassetetes para controlar a inquietação dos passageiros, alegando que estão contendo marginais. Porém, é comum ver os ônibus superlotados partirem da parada com os passageiros ainda pendurados nas escadas tentando entrar, enquanto os vigias tangem as pessoas como gado, agredindo suas pernas e costas com os cassetetes. É claro que existem desordeiros nos ônibus, como em outros lugares. É claro que é preciso conter e punir malfeitores, protegendo os cidadãos em seu merecido lazer. Mas, é bom entender que: cabe à polícia resolver a segurança nos espaços públicos; as milícias das empresas atuam com preconceito confundindo passageiros das comunidades com marginais. As empresas de ônibus contratam milícias para domesticar a população insatisfeita a cacetadas; se esses empresários se preocupassem mesmo com seus passageiros manteriam a frota com quantidade e qualidade, aos invés de reduzirem custos contratando milícias para coagi-los. Raul... Leia Mais
21/11/2014
Cabe, sim. Mas é inadequado. Cabe porque não é a cessão do plenário da Câmara de Vereadores a uma igreja que destrói ou ameaça o caráter laico do Estado Brasileiro, mas com uma ressalva importantíssima: desde que TODAS as demais confissões também tenham igual direito. E aí é que está o problema ou a inadequação… Imagine a situação na qual os demais vereadores apresentem requerimentos iguais para as demais, dezenas, de igrejas! Teríamos o plenário da casa, o prédio, não o Poder, desvirtuado na sua finalidade, que não é a de acolher atos privados – o culto previsto é de uma igreja, e não das igrejas no plural -, mas atos e manifestações públicas. Além do fato de que, é claro, não sobraria pauta para mais nada no plenário da Câmara, convertido em templo ecumênico… (*) A vereadora Michelle Collins está propondo um “café com Deus” , seguido de culto. Raul Jungmann... Leia Mais
15/10/2014
No livro de João, capítulo 13, versículo 34, Jesus diz ter um novo mandamento: “amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei…”, que é, para mim, a suma do amor cristão. Esse mandamento é tão revolucionário quanto a morte na cruz para nos salvar a todos, o que nos torna a todos iguais perante Deus – base dos Direitos Humanos modernos. Por isso, é com alegria que vejo o Papa Francisco dar sequência, no sínodo dos bispos que se realiza em Roma, ao acolhimento dos homossexuais. Certamente, acolher não significa mudar a doutrina, de que só pela união no matrimônio entre homens e mulheres se constitui a família para os cristãos. Mas a compaixão – o sentir com o outro – para com os homossexuais é, sem dúvida, um ato de amor, numa atmosfera por vezes sufocante de discriminação e mesmo ódio direcionada aqueles e aquelas de orientação diversa da nossa. Santo Agostinho, nas Confissões, nos dá uma bela definição do amor, ao dizer que “amar, é: eu quero que você seja…” Isto é, amo você independentemente de quão diferente você seja de mim, pois amo e respeito a sua liberdade de ser o que é. Raul... Leia Mais
6/10/2014
Para mim, só há uma maneira de enfrentar uma derrota, que é olhando ela de frente. Perdi porque não tive votos suficientes. O resto é secundário. Claro, existem lições, elas são muitas e, com o tempo, espero poder fazer um balanço aqui com vocês. Ohando em retrospecto, posso dizer que era previsível, porém não favas contadas. Erros nossos, circustâncias, tornaram a possibilidade da derrota um fato. Agora, é agradecer emocionado a todos os que nos confiaram o seu voto, dizendo-lhes que fizemos tudo que esteve ao nosso alcance para dar-lhes em troca um mandato que fosse o melhor da nossa vida. A minha equipe querida, afeto redobrado e muitíssimo obrigado pela doação a um projeto coletivo, generoso e digno. Um abraço a todos, pois tenho sessão de trabalho na Câmara e um mandato dos recifenses a honrar. Dias melhores virão. Raul... Leia Mais
4/10/2014
Hoje me lembrei do tempo em que meus filhos eram pequenos e eu os levava comigo para votar. Era o tempo da cédula de papel, que eu preenchia e as mãozinhas deles colocavam na urna. Eles não entendiam direito aquilo, mas eu ficava emocionado, pois era como se estivessem dividindo comigo um sonho de futuro, de pais, um pais que seria diferente, melhor. Entāo, como agora relembrando, dava um travo na garganta e tinha os olhos rasos d’agua, que eu buscava esconder dos mesários. Hoje eles já sāo grandes, e cada um dos dois irá exercer o seu direito de sonhar com um futuro pro nosso pais, prá nossa gente. Nāo sei o que eles irão sentir, pensar, se estarāo leves ou graves quando votarem. Mas eu sei o que vou sentir: uma vez mais a emoçāo intensa e a responsabilidade de dizer, de decidir, que Brasil eu quero para eles, para mim, para você, para todos nós. A você que vai votar amanhã, um pedido: não se esqueça que o seu voto é uma conquista e uma esperança de uma vida digna para muitos, e que dele dependem os sonhos de um país melhor e mais justo. Raul Jungmann PS – a você que nos apoiou, acreditou e acolheu, uma dívida e o compromisso de estarmos juntos agora e... Leia Mais
3/08/2014
Lhe garanto 500 votos por 60 mil reais, ele me diz, sentado à minha frente. Eu fico olhando na cara dele com raiva. De manhā a noite meu telefone toca ou me aparece alguem querendo vender votos. Um autentico mercado persa. Todo chefete comunitário, suplente seja lá do que for e candidato que tenha obtido um punhado de votos ou controle um curral de eleitores, e sāo milhares, torna-se um vendedor de votos, um negociante da vontade alheia, nessa época. Sintoma da metástase, do apodrecimento do sistema político, essas conversas me dāo náusea e eu fico me controlando para nāo ser agressivo e grosseiro. Alguém dirá: mas sempre nāo foi assim? Sempre. O que tem mudado é a mercantilizaçāo do voto ter se tornado um vasto e organizado negócio, com penetraçāo nunca vista em todo o tecido e camadas sociais. E as outras opçōes – o voto de opiniāo, associativo, sindical, comunitario, drasticamente reduzidas. Qual a saída? Já que o financiamento público sofre forte e equivocada rejeiçāo, seria o voto distrital. Primeiro, porque, num colégio eleitoral bem menor que os estados, aumentaria o controle do eleitor sobre seu representante. Segundo, pelo barateamento das campanhas, hoje milionárias. Retomando, eu encerro a conversa com um “nāo, obrigado”, ele se levanta e se vai. Eu fico olhando o pequeno negociante de consciencias & necessidades se afastar. E, sinceramente, reprimo a enorme vontade que me dá de lhe chutar o traseiro… Raul... Leia Mais
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