SEGURANÇA NOS ESPAÇOS PÚBLICOS CABE À POLÍCIA | Raul Jungmann

SEGURANÇA NOS ESPAÇOS PÚBLICOS CABE À POLÍCIA

Pessoal, a contratação de milícias pelas empresas de ônibus é muito grave. Acho natural alguns de vocês apoiarem a presença desses “vigias”, por causa da insegurança em que a gente sente na cidade. É normal pensar que as milícias estão ali para inibir os marginais. Mas, na verdade, nos fins de semana as empresas recolhem parte da frota na garagem, para economizar, violando seu contrato de serviço (denunciei outro dia esse tipo de sonegação de ônibus).

Além disso, no fim de semana tem muito mais gente indo à praia. Por isso, com poucos ônibus para muitos passageiros, as paradas dessas regiões viram um caos. Então, as empresas de ônibus colocam vigias com cassetetes para controlar a inquietação dos passageiros, alegando que estão contendo marginais.

Porém, é comum ver os ônibus superlotados partirem da parada com os passageiros ainda pendurados nas escadas tentando entrar, enquanto os vigias tangem as pessoas como gado, agredindo suas pernas e costas com os cassetetes.

É claro que existem desordeiros nos ônibus, como em outros lugares. É claro que é preciso conter e punir malfeitores, protegendo os cidadãos em seu merecido lazer. Mas, é bom entender que: cabe à polícia resolver a segurança nos espaços públicos; as milícias das empresas atuam com preconceito confundindo passageiros das comunidades com marginais.

As empresas de ônibus contratam milícias para domesticar a população insatisfeita a cacetadas; se esses empresários se preocupassem mesmo com seus passageiros manteriam a frota com quantidade e qualidade, aos invés de reduzirem custos contratando milícias para coagi-los.

Raul Jungmann