O PAPA, OS GAYS E O AMOR AO OUTRO | Raul Jungmann

O PAPA, OS GAYS E O AMOR AO OUTRO

No livro de João, capítulo 13, versículo 34, Jesus diz ter um novo mandamento: “amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei…”, que é, para mim, a suma do amor cristão.

Esse mandamento é tão revolucionário quanto a morte na cruz para nos salvar a todos, o que nos torna a todos iguais perante Deus – base dos Direitos Humanos modernos.

Por isso, é com alegria que vejo o Papa Francisco dar sequência, no sínodo dos bispos que se realiza em Roma, ao acolhimento dos homossexuais.

Certamente, acolher não significa mudar a doutrina, de que só pela união no matrimônio entre homens e mulheres se constitui a família para os cristãos.

Mas a compaixão – o sentir com o outro – para com os homossexuais é, sem dúvida, um ato de amor, numa atmosfera por vezes sufocante de discriminação e mesmo ódio direcionada aqueles e aquelas de orientação diversa da nossa.

Santo Agostinho, nas Confissões, nos dá uma bela definição do amor, ao dizer que “amar, é: eu quero que você seja…” Isto é, amo você independentemente de quão diferente você seja de mim, pois amo e respeito a sua liberdade de ser o que é.

Raul Jungmann