ARTIGOS | Raul Jungmann
Artigos escritos por Raul Jungmann

JOÃO PAULO, O POSTE E OS IDIOTAS

Por Raul Jungmann  João Paulo diz que elegeu um poste, o prefeito João da Costa. E isso é reconhecido na foto acima pelo próprio ex-prefeito, com total desfaçatez e desrespeito.  Desfaçatez, pela maneira como debocha de todos nós, ao assumir a paternidade de uma impostura, de alguém que não reunia as condições, como não reúne, de gerir uma metrópole da dimensão e importância do Recife.   Desrespeito para com a figura humana do seu escohido, o atual prefeito, rebaixado à condição de coisa, de objeto ou ainda de “cavalo de santo” do seu frustrado projeto de continuidade à frente dos destinos da cidade. Desrespeito, principalmente, com o eleitor, o cidadão recifense, nós todos, que somos tratados como tolos, a quem se oferece um poste como simulacro de prefeito para cuidar dos destinos das nossas ruas, educação, saúde, transportes. Enfim, de uma parte das nossas vidas, do nosso futuro, dos nossos filhos e netos. João Paulo alcançou o seu propósito, elegeu o seu poste, e nossa cidade ganhou uma dimensão negativa e desconhecida de caos, sujeira, desordem , obras inacabadas, escândalos e paralisia no trânsito. Sorridente na foto qual Narciso, ele não ignora a péssima educação das nossas crianças, os jovens e velhos nas calçadas disputando uma senha para atendimento médico na sáude municipal, o inferno das nossas infindáveis horas presos num trânsito caótico, a ouvir o escárnio de um “novo” plano de mobilidade para os próximos vinte ou trinta anos. Mas não há, na atitude do atual deputado federal, um grão de mea culpa ou protesto quanto ao que vivemos, nosso cotidiano.  O que o ex-prefeito sinaliza ao humilhar... Leia Mais

LATIFÚNDIO POLÍTICO

Por: Raul Jungmann O governo federal planeja despolitizar o INCRA, leio nas folhas. Não acredito. De 1996 a 2002 dirigi a reforma agrária no Brasil. Descobri, rapidamente, que preçoos administrados, como compra e desapropriação de terras, por exemplo, são uma fonte ininterrupta de desvio de dinheiro público. As indicações políticas para superintendências regionais maximizam as possibilidades de corrupção, na medida em que os escolhidos tem por missão ampliar o caixa de campanha dos seus patronos. Em 1998, exonerei, de uma só vez, todos os superintendentes do INCRA e extingui as nomeações políicas. A partir daí, as escolhas passaram a ser técnicas, através de critérios como prova de títulos e currículo, sendo a probidade item eliminatório. De quebra, instituí a exigência que todos os dirigentes do ministério e do Instituto abrissem mão do seu sigilo bancário e fiscal. Essas mudanças nos custaram crise e pressões, além de críticas abertas da “base” do governo. Mas foram decisivas para reduzir e punir o desvio de recursos públicos. Para a minha surpresa, o PT, na alvorada do governo Lula, aboliu todas essas regras e as nomeações políticas voltaram ao INCRA, sem restrições. Com dois objetivos claros: primeiro, cooptar os movimentos sociais, em especial o MST, que passaram a ocupar cargos em todos os níveis. Segundo, agasalhar os parlamentares da base de apoio, para produzir votos de apoio no Congresso, o tradicional “toma lá, dá cá”. A reforma agrária e o seu órgão executor, o INCRA, foram invadidos pela  “companheirada” e transformaram-se num latifúndio político… Na esteira desse retrocesso, os escândalos foram retomados. Só nos últimos meses, 5 superintendências foram objeto de ações policiais ou do ministério público, culminando com o afastamento do dirigente do INCRA no Maranhão que, juntamente com... Leia Mais

LATIFÚNDIO POLÍTICO

Por: Raul Jungmann O governo federal planeja despolitizar o INCRA, leio nas folhas. Não acredito. De 1996 a 2002 dirigi a reforma agrária no Brasil. Descobri, rapidamente, que preçoos administrados, como compra e desapropriação de terras, por exemplo, são uma fonte ininterrupta de desvio de dinheiro público. As indicações políticas para superintendências regionais maximizam as possibilidades de corrupção, na medida em que os escolhidos tem por missão ampliar o caixa de campanha dos seus patronos. Em 1998, exonerei, de uma só vez, todos os superintendentes do INCRA e extingui as nomeações políicas. A partir daí, as escolhas passaram a ser técnicas, através de critérios como prova de títulos e currículo, sendo a probidade item eliminatório. De quebra, instituí a exigência que todos os dirigentes do ministério e do Instituto abrissem mão do seu sigilo bancário e fiscal. Essas mudanças nos custaram crise e pressões, além de críticas abertas da “base” do governo. Mas foram decisivas para reduzir e punir o desvio de recursos públicos. Para a minha surpresa, o PT, na alvorada do governo Lula, aboliu todas essas regras e as nomeações políticas voltaram ao INCRA, sem restrições. Com dois objetivos claros: primeiro, cooptar os movimentos sociais, em especial o MST, que passaram a ocupar cargos em todos os níveis. Segundo, agasalhar os parlamentares da base de apoio, para produzir votos de apoio no Congresso, o tradicional “toma lá, dá cá”. A reforma agrária e o seu órgão executor, o INCRA, foram invadidos pela  “companheirada” e transformaram-se num latifúndio político… Na esteira desse retrocesso, os escândalos foram retomados. Só nos últimos meses, 5 superintendências foram objeto de ações policiais ou do ministério público, culminando com o afastamento do dirigente do INCRA no Maranhão que, juntamente com... Leia Mais

LATIFÚNDIO POLÍTICO

Por: Raul Jungmann O governo federal planeja despolitizar o INCRA, leio nas folhas. Não acredito. De 1996 a 2002 dirigi a reforma agrária no Brasil. Descobri, rapidamente, que preçoos administrados, como compra e desapropriação de terras, por exemplo, são uma fonte ininterrupta de desvio de dinheiro público. As indicações políticas para superintendências regionais maximizam as possibilidades de corrupção, na medida em que os escolhidos tem por missão ampliar o caixa de campanha dos seus patronos. Em 1998, exonerei, de uma só vez, todos os superintendentes do INCRA e extingui as nomeações políicas. A partir daí, as escolhas passaram a ser técnicas, através de critérios como prova de títulos e currículo, sendo a probidade item eliminatório. De quebra, instituí a exigência que todos os dirigentes do ministério e do Instituto abrissem mão do seu sigilo bancário e fiscal. Essas mudanças nos custaram crise e pressões, além de críticas abertas da “base” do governo. Mas foram decisivas para reduzir e punir o desvio de recursos públicos. Para a minha surpresa, o PT, na alvorada do governo Lula, aboliu todas essas regras e as nomeações políticas voltaram ao INCRA, sem restrições. Com dois objetivos claros: primeiro, cooptar os movimentos sociais, em especial o MST, que passaram a ocupar cargos em todos os níveis. Segundo, agasalhar os parlamentares da base de apoio, para produzir votos de apoio no Congresso, o tradicional “toma lá, dá cá”. A reforma agrária e o seu órgão executor, o INCRA, foram invadidos pela  “companheirada” e transformaram-se num latifúndio político… Na esteira desse retrocesso, os escândalos foram retomados. Só nos últimos meses, 5 superintendências foram objeto de ações policiais ou do ministério público, culminando com o afastamento do dirigente do INCRA no Maranhão que, juntamente com... Leia Mais

Roberto Freire: A tragédia anunciada

Há alguns anos várias catástrofes naturais vêm atingindo brasileiros das mais variadas regiões, ocasionando perdas de vidas, de famílias e de sonhos, tendo como motivo comum chuvas fortes, inundações e deslizamentos. Como um padrão sinistramente repetitivo.Sabemos agora que os necessários investimentos que poderiam minimizar tais tragédias simplesmente não foram feitos. Segundo o site Contas Abertas, o governo federal deixou de investir, entre 2004 e 2010, mais de R$ 1,8 bilhão em obras de prevenção de danos provocado pelo clima. Esse é o valor do orçamento autorizado para o programa de “prevenção e preparação para desastres” e o que foi, de fato, realizado.   A tragédia que acontece na região serrana do Rio é fruto da incúria dos diversos níveis de poder público, agravada pela incompetência do governo federal em definir um efetivo programa de prevenção que livre as pessoas de nossas cidades das áreas de risco em que vivem, com estrutura de serviços de engenharia e realocação de populações das áreas de preservação de mananciais e encostas. A violência da catástrofe do Rio resulta do descaso com que o Estado trata a ocupação do solo. Situação agravada nesses últimos oito anos por um governo de faz-de-conta, cuja única preocupação foi ocupar diariamente os palanques reais e virtuais para fazer graça de sua própria incompetência. Resultado, os gastos no socorro às vítimas dos desastres são quase oito vezes maiores do que aqueles aplicados na prevenção a desastres naturais. Segundo o Contas Abertas, a verba desembolsada na rubrica “resposta aos desastres e reconstrução”, entre 2004 e 2010, chegou a R$ 4,8 bilhões. Ou seja, de cada R$ 10 gastos com as... Leia Mais

Roberto Freire: A tragédia anunciada

Há alguns anos várias catástrofes naturais vêm atingindo brasileiros das mais variadas regiões, ocasionando perdas de vidas, de famílias e de sonhos, tendo como motivo comum chuvas fortes, inundações e deslizamentos. Como um padrão sinistramente repetitivo.Sabemos agora que os necessários investimentos que poderiam minimizar tais tragédias simplesmente não foram feitos. Segundo o site Contas Abertas, o governo federal deixou de investir, entre 2004 e 2010, mais de R$ 1,8 bilhão em obras de prevenção de danos provocado pelo clima. Esse é o valor do orçamento autorizado para o programa de “prevenção e preparação para desastres” e o que foi, de fato, realizado.   A tragédia que acontece na região serrana do Rio é fruto da incúria dos diversos níveis de poder público, agravada pela incompetência do governo federal em definir um efetivo programa de prevenção que livre as pessoas de nossas cidades das áreas de risco em que vivem, com estrutura de serviços de engenharia e realocação de populações das áreas de preservação de mananciais e encostas. A violência da catástrofe do Rio resulta do descaso com que o Estado trata a ocupação do solo. Situação agravada nesses últimos oito anos por um governo de faz-de-conta, cuja única preocupação foi ocupar diariamente os palanques reais e virtuais para fazer graça de sua própria incompetência. Resultado, os gastos no socorro às vítimas dos desastres são quase oito vezes maiores do que aqueles aplicados na prevenção a desastres naturais. Segundo o Contas Abertas, a verba desembolsada na rubrica “resposta aos desastres e reconstrução”, entre 2004 e 2010, chegou a R$ 4,8 bilhões. Ou seja, de cada R$ 10 gastos com as... Leia Mais
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