Nossas vidas em jogo | Raul Jungmann

Nossas vidas em jogo

Em seu giro pela Ásia, o President Barack Obama encontrou-se com o primeiro ministro da Rússia, (…) Medvedev e eles falaram algo muito importante para todo o planeta e nossas vidas. Russia e EUA pretendem “descongelar” o processo de desarmamento nuclear, paralisado desde os acontecimentos de 11 de setembro de 2001, pelo menos. Não é sem tempo. 

O tema nuclear vem escalando na mídia e nas preocupações da opinião pública mundial, com o Irã e a Coréia do Norte.  Mas, é preocupante, também, no conflito entre Índia e Paquistão, ambos nuclearmente armados, sendo que, esse último, faz fronteiras com o Afeganistão, onde se desenrola uma guerra. Onde, também, estima-se que exista a maior possibilidade de grupos terroristas obterem artefatos atômicos, o pior dos piores dos pesadelos para todos nós.

Dia 5 de dezembro próximo, extingue-se o acordo START I entre Rússia e EUA, de 1991 que, sob a égide de Ronald Reagan e Mikhail Gorbatchev, possibilitou a redução de 60.000 ogivas nucleares para as 10.000 ogivas nucleares existentes hoje no mundo, 95% das quais, estima-se, nas mãos desses dois países. Boa oportunidade para relançar o processo de desarmamento e dar passos rumo a  um mundo livre de armas atômicas, como disse desejar Barack Obama no seu histórico discurso em Praga, logo após eleito.

Para uns, esse é um tema distante e que se passa alhures. Não é. Pois é a humanidade, sua existência, o que está em jogo. Noutras palavras, nós, nossos filhos e netos.