Para o honorável comissário Luciano Siqueira eu sou desinformado e preconceituoso ao criticar o prefeito João Paulo. Poder-se-ia esperar algo diferente do eterno vice-prefeito? Claro que não. Vocês sabem, PT e PC do B, tudo a ver! Mas vamos lá, ao trabalho.
Para Luciano, sou desinformado e preconceituoso ao “acusar João Paulo de golpista, no sentido (sic) de tentar trapacear nas suas relações com Eduardo Campos e o PSB”. Primeiramente, falei que o prefeito iria apunhalar o governador, ou seja, iria traí-lo, romper com Dudu. Dar um golpe, ser golpista, é outra coisa, mas vá lá. Fundamento o meu raciocínio em duas premissas simples.
Primeira, o PT terá candidato à presidência da República em 2010, logo um palanque em Pernambuco. E o governador, que tem por candidato Ciro Gomes, terá outro. Alguma dúvida? Sigamos. João Paulo, segundo Luciano, tem manifestado sua “preferência pessoal pelo secretário João da Costa, sem que isso tenha qualquer traço de imposição” (!!!).
Ora, a verdade, sabem até as pedras, é que o prefeito empurra goela abaixo do seu partido e dos aliados o secretário que se diz “não ser um poste”. Ou será que as inumeráveis matérias de todos os jornais, relatando a briga de foice do PT, dos vários PTs, contra o “diktat” do general Lima e Silva são pura ficção? Caso não acredite na “mídia conspirativa”, sugiro abordar qualquer petista graduado, discretamente claro, e ouvirá cobras e lagartos de todos os que não rezam pela cartilha do burgomestre.
Aliás, lá trás, nas páginas do JC, o próprio Luciano afirmou, no seu diplomaticíssimo estilo indireto, a mesma coisa, ou não? Ou será que Luciano não (re)conhece Luciano?!
A segunda premissa é que, se João Paulo quer um terceiro mandato, pois é disso que se trata, ao impor um pau mandado da sua cozinha como candidato, é porque tem que ter o controle absoluto da PCR – controle oligárquico, de coronel, frise-se. Para que esse excesso de poder, senão para assegurar-se de pilotar a sucessão ao governo estadual pelo PT? Para não permitir que o PT humbertista lhe dê outra rasteira, como em 2006, é claro!
Mas não sejamos tão rigorosos assim com o comissário Luciano Rosas de Siqueira. Afinal, lê-se no seu blog, ele encontrava-se em trânsito para Cuba e alhures. Distante dos fatos que comentava, talvez. E, afinal, se ele reconhece o direito de “manifestação” (e imposição) de um Celso Pita aos recifenses, porque não lhe reconhecermos igual direito de sonhar o impossível: ser o agraciado com a escolha do General Lima e Silva, o Duque de Caxias do Cais do Apolo?