COP 15, o balanço de véspera | Raul Jungmann

COP 15, o balanço de véspera

As ruas de Copenhague estão salgadas a espera da neve que não veio até agora. De quebra, não será doce o balanço final desses 11 dias em que as atenções do mundo estarão postas nesse reino constitucional, outrora viking, pertencente a Escandinávia, cujo mais destacado nacional é Hans Andersen, dos homônimos contos.

Não vamos ter metas globais e/ou vinculantes, isto é, que possam ser cobradas posteriormente. Não há “clima’ para isso, com perdão do trocadilho. Sem dúvida, com a chegada dos chefes de estado nessa quarta e o corre-corre das declarações, muita coisa vai parecer o que não é, e vai confundir incautos.

Mas as decisões que deveremos ter podem ser agrupadas em três eixos: um fundo de curto prazo, até 2020, destinado a países pobres. Secundariamente, um avanço na definição do mecanismo de REDD, uma grana para conter as emissões decorrentes do desmatamento e degradação das florestas, e que nos interessa de perto. E, por fim e mais importante, um mandato ou compromisso sobre o que e como será negociado daqui prá frente e que vai culminar na COP (Conferência das Partes) número 16, a ocorrer ao final de 2010 no México.

Se o mandato for para se estabelecer condições de um acordo, ai sim, sobre metas e vinculante, Copenhagen terá, a pesar dos pesares, sido um sucesso. Se não, bem, não pergunte por que os sinos dobram, meu caro(a), pois eles dobram por você. E pelo planeta.

Raul Jungmann, de Copenhague