ARTIGOS | Raul Jungmann
Artigos escritos por Raul Jungmann

Carta aberta ao presidente Fernando Lugo

Senhor Presidente, Mais de 300.000 brasileiros vivem hoje no seu país à espera que o Senhor ratifique o Acordo de Residência e Regularização Migratória do Mercosul. Esse acordo, já ratificado há mais de quatro anos por Argentina, Uruguai e Brasil, possibilitará as condições jurídicas para o início da regularização dos chamados “brasiguaios” e o seu acesso a direitos trabalhistas, escolas e serviços médicos.  Quando do término do mandato do seu antecessor, Nicanor Duarte Frutos, o Congresso Nacional do Paraguai aprovou o referido acordo, em agosto de 2008, restando apenas o simples ato burocrático do seu depósito na ALADI, Associação Latino Americana de Desenvolvimento e Integração, para que o mesmo entre em vigor. Este gesto simples, Sr. Presidente, o seu governo não fez, já lá se vão um ano de sua vitoriosa eleição e nove meses após a sua posse. Recordo que na visita que lhe fizemos, em dezembro do ano passado, juntamente com uma missão da Comissão de Relações Exteriores da Câmara de Deputados, o senhor gentilmente nos recebeu em sua residência oficial, a Mburuvicha Roga. Naquela oportunidade, lhe perguntei sobre o Acordo e seu depósito e o Senhor nos respondeu, consultando o Vice-Chanceler ao seu lado, que o estavam estudando. E que em breve teríamos uma resposta. Passados são cinco meses daquele nosso encontro, e infelizmente, até aqui não tivemos nenhuma resposta, nenhuma palavra, nenhuma notícia. Senhor Presidente, em resposta a um requerimento de informações de nossa autoria sobre a situação dos “brasiguaios”, o Ministro Celso Amorim, em extenso e preciso relato, afirmou que “a situação migratória de parte dos brasileiros tem reflexos óbvios sobre as precárias condições sociais em que... Leia Mais

Carta aberta ao presidente Fernando Lugo

Senhor Presidente, Mais de 300.000 brasileiros vivem hoje no seu país à espera que o Senhor ratifique o Acordo de Residência e Regularização Migratória do Mercosul. Esse acordo, já ratificado há mais de quatro anos por Argentina, Uruguai e Brasil, possibilitará as condições jurídicas para o início da regularização dos chamados “brasiguaios” e o seu acesso a direitos trabalhistas, escolas e serviços médicos.  Quando do término do mandato do seu antecessor, Nicanor Duarte Frutos, o Congresso Nacional do Paraguai aprovou o referido acordo, em agosto de 2008, restando apenas o simples ato burocrático do seu depósito na ALADI, Associação Latino Americana de Desenvolvimento e Integração, para que o mesmo entre em vigor. Este gesto simples, Sr. Presidente, o seu governo não fez, já lá se vão um ano de sua vitoriosa eleição e nove meses após a sua posse. Recordo que na visita que lhe fizemos, em dezembro do ano passado, juntamente com uma missão da Comissão de Relações Exteriores da Câmara de Deputados, o senhor gentilmente nos recebeu em sua residência oficial, a Mburuvicha Roga. Naquela oportunidade, lhe perguntei sobre o Acordo e seu depósito e o Senhor nos respondeu, consultando o Vice-Chanceler ao seu lado, que o estavam estudando. E que em breve teríamos uma resposta. Passados são cinco meses daquele nosso encontro, e infelizmente, até aqui não tivemos nenhuma resposta, nenhuma palavra, nenhuma notícia. Senhor Presidente, em resposta a um requerimento de informações de nossa autoria sobre a situação dos “brasiguaios”, o Ministro Celso Amorim, em extenso e preciso relato, afirmou que “a situação migratória de parte dos brasileiros tem reflexos óbvios sobre as precárias condições sociais em que... Leia Mais

Carta aberta ao presidente Fernando Lugo

Senhor Presidente, Mais de 300.000 brasileiros vivem hoje no seu país à espera que o Senhor ratifique o Acordo de Residência e Regularização Migratória do Mercosul. Esse acordo, já ratificado há mais de quatro anos por Argentina, Uruguai e Brasil, possibilitará as condições jurídicas para o início da regularização dos chamados “brasiguaios” e o seu acesso a direitos trabalhistas, escolas e serviços médicos.  Quando do término do mandato do seu antecessor, Nicanor Duarte Frutos, o Congresso Nacional do Paraguai aprovou o referido acordo, em agosto de 2008, restando apenas o simples ato burocrático do seu depósito na ALADI, Associação Latino Americana de Desenvolvimento e Integração, para que o mesmo entre em vigor. Este gesto simples, Sr. Presidente, o seu governo não fez, já lá se vão um ano de sua vitoriosa eleição e nove meses após a sua posse. Recordo que na visita que lhe fizemos, em dezembro do ano passado, juntamente com uma missão da Comissão de Relações Exteriores da Câmara de Deputados, o senhor gentilmente nos recebeu em sua residência oficial, a Mburuvicha Roga. Naquela oportunidade, lhe perguntei sobre o Acordo e seu depósito e o Senhor nos respondeu, consultando o Vice-Chanceler ao seu lado, que o estavam estudando. E que em breve teríamos uma resposta. Passados são cinco meses daquele nosso encontro, e infelizmente, até aqui não tivemos nenhuma resposta, nenhuma palavra, nenhuma notícia. Senhor Presidente, em resposta a um requerimento de informações de nossa autoria sobre a situação dos “brasiguaios”, o Ministro Celso Amorim, em extenso e preciso relato, afirmou que “a situação migratória de parte dos brasileiros tem reflexos óbvios sobre as precárias condições sociais em que... Leia Mais

Poupança, cinismo & insanidade

Em O Estado de S. Paulo “No programa Nacional do PPS deixamos claro o que queríamos dizer com os comerciais. Mexer na poupança o governo tem dito que vai, como Collor mexeu.” O governo Lula está armando uma tunga na caderneta de poupança, em defesa dos lucros extraordinários dos bancos. A coisa se passa assim: com a redução da taxa básica de juros (Selic), as cadernetas de poupança, com rentabilidade acima de 6% ao ano e isentas de Imposto de Renda (IR), passariam a atrair fundos necessários à rolagem da dívida federal. Nessa hipótese, com sério impacto nas contas e no déficit público. Donde o governo – do presidente aos diretores do Banco Central (BC), passando pelo ministro da Fazenda – afirma de modo vago que é necessário mexer na poupança. Isso, insinua-se, implicaria redução no rendimento das cadernetas, que acumulam patrimônio de R$ 254 bilhões por conta de 81 milhões de correntistas. Ora, essa é uma falsa crise, além de um show de cinismo. Para que os rendimentos da poupança ameacem a rolagem da dívida, ao migrarem dos fundos de renda fixa para a poupança, seria necessário que a Selic baixasse para 8,5% a 9% ao ano. Além de estarmos longe disso, há um razoável consenso no mercado de que o piso da taxa situa-se em 9,25%, e não menos, quando deverá voltar a subir em meados de 2010. O que ocorre, então, é que o “governo dos trabalhadores” está atento às pressões dos bancos pela manutenção de seus gordos lucros. É que os bancos cobram altas taxas para administrar os fundos de renda fixa (de até 4%... Leia Mais

Poupança, cinismo & insanidade

Em O Estado de S. Paulo “No programa Nacional do PPS deixamos claro o que queríamos dizer com os comerciais. Mexer na poupança o governo tem dito que vai, como Collor mexeu.” O governo Lula está armando uma tunga na caderneta de poupança, em defesa dos lucros extraordinários dos bancos. A coisa se passa assim: com a redução da taxa básica de juros (Selic), as cadernetas de poupança, com rentabilidade acima de 6% ao ano e isentas de Imposto de Renda (IR), passariam a atrair fundos necessários à rolagem da dívida federal. Nessa hipótese, com sério impacto nas contas e no déficit público. Donde o governo – do presidente aos diretores do Banco Central (BC), passando pelo ministro da Fazenda – afirma de modo vago que é necessário mexer na poupança. Isso, insinua-se, implicaria redução no rendimento das cadernetas, que acumulam patrimônio de R$ 254 bilhões por conta de 81 milhões de correntistas. Ora, essa é uma falsa crise, além de um show de cinismo. Para que os rendimentos da poupança ameacem a rolagem da dívida, ao migrarem dos fundos de renda fixa para a poupança, seria necessário que a Selic baixasse para 8,5% a 9% ao ano. Além de estarmos longe disso, há um razoável consenso no mercado de que o piso da taxa situa-se em 9,25%, e não menos, quando deverá voltar a subir em meados de 2010. O que ocorre, então, é que o “governo dos trabalhadores” está atento às pressões dos bancos pela manutenção de seus gordos lucros. É que os bancos cobram altas taxas para administrar os fundos de renda fixa (de até 4%... Leia Mais

Poupança, cinismo & insanidade

Em O Estado de S. Paulo “No programa Nacional do PPS deixamos claro o que queríamos dizer com os comerciais. Mexer na poupança o governo tem dito que vai, como Collor mexeu.” O governo Lula está armando uma tunga na caderneta de poupança, em defesa dos lucros extraordinários dos bancos. A coisa se passa assim: com a redução da taxa básica de juros (Selic), as cadernetas de poupança, com rentabilidade acima de 6% ao ano e isentas de Imposto de Renda (IR), passariam a atrair fundos necessários à rolagem da dívida federal. Nessa hipótese, com sério impacto nas contas e no déficit público. Donde o governo – do presidente aos diretores do Banco Central (BC), passando pelo ministro da Fazenda – afirma de modo vago que é necessário mexer na poupança. Isso, insinua-se, implicaria redução no rendimento das cadernetas, que acumulam patrimônio de R$ 254 bilhões por conta de 81 milhões de correntistas. Ora, essa é uma falsa crise, além de um show de cinismo. Para que os rendimentos da poupança ameacem a rolagem da dívida, ao migrarem dos fundos de renda fixa para a poupança, seria necessário que a Selic baixasse para 8,5% a 9% ao ano. Além de estarmos longe disso, há um razoável consenso no mercado de que o piso da taxa situa-se em 9,25%, e não menos, quando deverá voltar a subir em meados de 2010. O que ocorre, então, é que o “governo dos trabalhadores” está atento às pressões dos bancos pela manutenção de seus gordos lucros. É que os bancos cobram altas taxas para administrar os fundos de renda fixa (de até 4%... Leia Mais
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