Por: Valéria de Oliveira
O presidente nacional do PPS, deputado federal Roberto Freire (SP), reagiu com indignação à notícia de que o Brasil ocupa o 4º lugar entre os países com mais dinheiro em paraísos fiscais. A informação foi divulgada pela imprensa nesta segunda-feira. “Isso envergonha uma nação”, resumiu, observando ainda que o PPS tem a preocupação de denunciar os escândalos e o processo de corrupção “que corrói a república brasileira e que é uma marca indelével dos governos Lula/Dilma”.
Permanentemente, diz ele, o partido faz essas denúncias. “E essa notícia é mais uma que se soma ao rol infindável de malfeitorias do PT no governo”. Os recursos em paraísos fiscais, ressaltou, são provenientes de ilicitudes, de desvios de dinheiro cuja origem não pode ser assumida. “Faz parte das denúncias que fazemos de corrupção, e não vamos deixar de fazer”.
Do tamanho do PIB
O levantamento de recursos em paraísos fiscais foi feito pela organização britânica Tax Justice Network (rede de justiça fiscal, em tradução livre). Segundo relatório, ainda não divulgado, brasileiros tinham depositado, de 1970 até 2010, cerca de US$ 520 bilhões, equivalentes a R$ 1 trilhão, aproximadamente, valor que chega ao tamanho do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro. A fuga de capitais do Brasil é maior do que a dívida externa acumulada no período, US$ 324,5 bilhões.
Pouco emprego Paralelamente à corrupção e à evasão de divisas, o país experimenta hoje o pior desempenho na criação de novos postos de trabalho com carteira assinada desde junho desde 2009, salienta Roberto Freire (apenas 120.440). “Outra questão que o PPS vem, há muito, mostrando é a incompetência do governo para enfrentar as consequências da crise econômica, e esses números são bem exemplificativos”. O PPS rompeu com o governo Lula por discordar da condução do PT na economia e por causa da corrupção no governo. “Isso tem origem em momentos nos quais se exigia do governo Lula determinados posicionamentos em termos de política econômica e este não respondeu, fazendo opções profundamente equivocadas, que estão agora trazendo toda sorte de problemas para a sociedade brasileira”. Esse mau desempenho no emprego, diz Freire, não é apenas resultado da crise internacional, “como desonestamente tenta fazer crer as fontes governamentais, mas também problemas nossos, internos”. Para o deputado, o desemprego “pode começar a ser um dos graves problemas que as famílias brasileiras vão enfrentar, junto com a inadimplência, o endividamento”.