“Vivemos em uma sociedade Big Brother”. Com esta declaração, o vereador Raul Jungmann procurou definir a relação atual da internet e das redes sociais com a política. Ele debateu este tema durante um debate realizado na manhã desta quarta-feira, no programa de Geraldo Freire, na Rádio Jornal, que contou com a participação ainda do ex-deputado Maurílio Ferreira Lima e do jornalista Ivan Maurício.
“Vivemos em uma sociedade Big Brother”. Com esta declaração, o vereador Raul Jungmann procurou definir a relação atual da internet e das redes sociais com a política. Ele debateu este tema durante um debate realizado na manhã desta quarta-feira, no programa de Geraldo Freire, na Rádio Jornal, que contou com a participação ainda do ex-deputado Maurílio Ferreira Lima e do jornalista Ivan Maurício.
Raul Jungmann acredita que as instituições e as próprias pessoas estão sendo amplamente vigiadas através do uso das novas tecnologias. “A privacidade, que é fundamental para resistir ao poder, foi para o espaço. Acabou!”, afirmou. “A NSA (National Security Agency – Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos) decidiu que precisa ter acesso a todas as comunicações do mundo. E ela consegue ter. Grampeia a Angela Merkel (chanceler alemã), a Dilma (Rousseff, presidente do Brasil), o rei e qualquer cidadão do mundo. São trilhões de comunicações que são coletadas e processadas, com utilização de rastreadores de palavras que identificam tudo”, advertiu.
“E quando você usa o aparelho de celular, que tem muito mais do que habitantes no Brasil, as suas informações são arquivadas e são vendidas”, alertou Raul Jungmann, que questionou como o poder e as instituições conseguirão conviver harmonicamente com essa vigilância. “O poder tem um núcleo duro que fica na parte debaixo do processo. Como vai conviver com a total transparência, já que prescinde do segredo e dos bastidores?”, perguntou.
SALVADOR DA PÁTRIA
O vereador Raul Jungmann também chamou atenção para o risco do surgimento de um “salvador da pátria”, frente à descrença da sociedade na política. “Estamos vivendo um momento de perda da credibilidade das instituições, de descrédito. Vivemos hoje em dia no País um caldo de cultura para um salvador da pátria. E geralmente o salvador da pátria é um grande blefe”, adverte.
Para sair desta situação, o pós-comunista levanta a necessidade de uma reforma política, como apresentou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. “Na semana passada, estive com o presidente Fernando Henrique, que me falou das 22 horas que passou com os ex-presidentes e também com a presidente Dilma. Ele insistiu muito na necessidade de produzir um acordo para se fazer uma reforma política. Disse, inclusive, que, se no passado conseguimos nos reunir para sair da ditadura e mudar o país, precisamos fazer novamente, pois está claro que esse sistema colapsou, faliu. Não adianta insistir. Se não há legitimidade, se não há confiança entre o eleitor e o político, estamos caminhando para o salvador da pátria”, alertou Raul Jungmann.