“O melhor para o país é acabar o ciclo do PT” | Raul Jungmann

“O melhor para o país é acabar o ciclo do PT”

Conhecida pela espontaneidade com que trata de temas comumente evitados pelos presidenciáveis, a exemplo da descriminalização do aborto e legalização da maconha, a ex-vereadora de São Paulo (SP), Soninha Francine (PPS), desembarca hoje no Recife. Em terras pernambucanas, terá reuniões com membros do seu partido e participará de um debate, na Livraria Cultura (Paço Alfândega), às 19h. Ela trabalha para consolidar sua candidatura à Presidência da República. Por telefone, falou com o Diario sobre seus planos para 2014. Apesar de demonstrar afinidade com a candidatura do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), à Presidência, disse que uma união entre os dois partidos deve ficar mesmo para um eventual segundo turno. De certeza, mantém a convicção de que a sua candidatura, posta para o debate pelo PPS, tem como maior objetivo trabalhar pelo fim do ciclo petista no governo. “O que a gente acha que é melhor para o país é terminar esse ciclo de 12 anos de PT. Ok? Acreditamos nisso”, diz Soninha, ao analisar a conjuntura atual

 

“O melhor para o país é acabar o ciclo do PT”

ex-vereadora de São Paulo e virtual candidata a presidente

 

Suetoni Souto Maior do Diário de Pernambuco

Conhecida pela espontaneidade com que trata de temas comumente evitados pelos presidenciáveis, a exemplo da descriminalização do aborto e legalização da maconha, a ex-vereadora de São Paulo (SP), Soninha Francine (PPS), desembarca hoje no Recife. Em terras pernambucanas, terá reuniões com membros do seu partido e participará de um debate, na Livraria Cultura (Paço Alfândega), às 19h. Ela trabalha para consolidar sua candidatura à Presidência da República. Por telefone, falou com o Diario sobre seus planos para 2014. Apesar de demonstrar afinidade com a candidatura do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), à Presidência, disse que uma união entre os dois partidos deve ficar mesmo para um eventual segundo turno. De certeza, mantém a convicção de que a sua candidatura, posta para o debate pelo PPS, tem como maior objetivo trabalhar pelo fim do ciclo petista no governo. “O que a gente acha que é melhor para o país é terminar esse ciclo de 12 anos de PT. Ok? Acreditamos nisso”, diz Soninha, ao analisar a conjuntura atual. Confira a entrevista:

 

Como foi a discussão interna no partido até chegar ao seu nome para a disputa?

O primeiro a falar nisso foi Rubens Bueno, que é o secretário executivo do partido e líder da bancada do PPS na Câmara. Em uma entrevista, perguntaram para ele: “e se (o ex-governador de São Paulo, José) Serra não vier a ser candidato?” Ele disse “a gente ainda tem várias alternativas para candidatura própria. Tem Roberto Freire (SP), tem (Raul) Jungmann (PE), a Soninha Francine (SP)…” Eu nem dei bola porque entendi que era apenas uma lista de nomes. Depois soube que ele estava falando sério. E eu pensei, “claro que eu topo”. Hoje, na verdade, eu estou adorando essa ideia, essa possibilidade. 

 

Do que depende a sua candidatura para se tornar uma realidade? 

Eu costumo dizer que o partido está dividido assim: metade a favor de uma aliança com o PSDB (Aécio Neves ou José Serra), metade a favor de uma aliança com Eduardo Campos e Marina (PSB), metade a favor da candidatura própria. 

Três metades para duas possibilidades…

Isso. O partido está dividido entre essas possibilidades. Tem gente que diz o seguinte: “se for para a gente sair já com o PSDB no primeiro turno, aí eu prefiro candidatura própria. Se for com o PSB/Rede, aí tudo bem. E outros pensam exatamente o contrário: “a gente vai fazer uma aliança com Eduardo e Marina e nem sabe o quanto eles vão representar como candidatura de oposição, de crítica…”. Então se for para fazer uma aliança com eles, que fique para o segundo turno. Eu prefiro… Mas o que a gente acha que é melhor para o país é terminar esse ciclo de 12 anos de PT. Ok! Acreditamos nisso. 

Entre as outras candidaturas já postas, o projeto de governo do PPS se aproximaria mais de qual? Do PSDB, do PSB ou do PT?

Do PT definitivamente, não. O PT que era super oposição ao modelo econômico dos tucanos. Eu estava lá, eu era. Acabou fazendo não só a continuidade desse modelo econômico de macroeconômico, como um retorno a um modelo de anos 1970. Um modelo de milagres de empreendimentos tipo Belo Monte, Transposição do São Francisco. Um modelo de megafianciamentos do BNDES para o Eike Batista, para o (Júnior da) Friboi. Definitivamente, o nosso modelo não é o do PT. Definitivamente, não é o modelo do PT. Quanto ao PSB de Eduardo e Marina, essa pauta de um modelo mais moderno para a economia, aí a gente tem mais afinidade com eles. 

Os temas polêmicos são sempre evitados pelos presidenciáveis. Como a senhora vê temas como legalização do aborto, casamento gay e legalização da maconha?

Isso é o que algumas pessoas têm receio de mim como candidata porque eu não fujo de nenhum desses temas. E eu tenho opiniões que as pessoas chamam de polêmicas. Basta você dizer que é a favor de mudanças que é polêmico. Eu sou a favor de mudanças na legislação de drogas, sou a favor de mudanças na legislação em relação ao aborto e sou a favor de mudanças na legislação em relação à união civil.