Oposição: prévia do PT em PE não é ato político, é caso de polícia | Raul Jungmann

Oposição: prévia do PT em PE não é ato político, é caso de polícia

24 de maio de 2012 / 15h34 portal terra

ANGELA CHAGAS

Enquanto a executiva nacional do PT se reúne na tarde desta quinta-feira, em São Paulo, para definir quem será o representante do partido nas eleições de outubro no Recife (PE), os pré-candidatos da oposição comemoram a divisão do grupo que administra a capital pernambucana há 12 anos. “A prévia do PT deixou de ser um ato político, e passou para um caso de polícia, já que envolve fraude, compra de votos e acusações mútuas.

 

24 de maio de 2012 / 15h34 portal terra

ANGELA CHAGAS

Enquanto a executiva nacional do PT se reúne na tarde desta quinta-feira, em São Paulo, para definir quem será o representante do partido nas eleições de outubro no Recife (PE), os pré-candidatos da oposição comemoram a divisão do grupo que administra a capital pernambucana há 12 anos. “A prévia do PT deixou de ser um ato político, e passou para um caso de polícia, já que envolve fraude, compra de votos e acusações mútuas.

É uma coisa que há muito tempo não se via na nossa política e que fortalece a oposição”, afirma o ex-deputado Raul Jungmann, pré-candidato pelo PPS.Prévias da discórdia: Lembre disputas internas que fragilizaram partidosApesar de demonstrar otimismo com o cenário político, ele destaca que os principais partidos da oposição têm mais “sorte que juízo” à medida que não conseguem se unir em torno de um nome para enfrentar o PT e os partidos aliados da Frente Popular. “Não temos um candidato natural da oposição, são todos japoneses, mais ou menos do mesmo tamanho. Não onseguimos avançar porque não há um aglutinador”, afirma Raul Jungmann. Além do líder do PPS, a oposição possui pelo menos mais três pré-candidatos: os deputados federais Mendonça Filho (DEM) e Raul Henry (PMDB), e o deputado estadual Daniel Coelho (PSDB).Medonça Filho concorda que com várias candidaturas é mais difícil conseguir superar a força do PT na cidade, mas ele acredita no desgaste da atual administração. “A rejeição a atual gestão é muito grande, em torno de 50% de ruim e péssimo de acordo com as últimas projeções. Só isso já seria suficiente para aumentar a competitividade da oposição, mas hoje podemos acrescentar os episódios de desunião do PT, foi uma briga interna muito feia”, afirma. Quem comanda a cidade é João da Costa, que disputou a prévia do PT contra o deputado federal Maurício Rands. Após uma sucessão de liminares na Justiça, o resultado ficou indefinido e deve ser anunciado somente após a reunião da Executiva nacional.Pré-candidato pelo PMDB, Raul Henry concorda que há um sentimento de mudança na cidade. “O que estamos vivenciando hoje é o coroamento de um processo que vem de longe. Os problemas da cidade não foram discutidos na prévia, o que nós vimos foi uma disputa pelo poder”, afirma o deputado, que na última eleição para prefeito, em 2008, conquistou cerca de 25% dos votos, ficando em segundo lugar no pleito. “Na outra eleição, o clima na cidade era bem diferente, não havia disputa interna no PT e a aceitação da população ao governo municipal era bem maior. Hoje estamos muito otimistas”, afirma.Levy concorda que no primeiro turno será difícil unir os candidatos da opsição, mas espera que haja um respeito mútuo dos partidos para que todos saiam fortalecidos para se unir no segundo turno. “Temos condições de chegar ao segundo turno e unir as forças para vencer a Frente Popular”, completa.Outro pré-candidato da oposição, Daniel Coelho (PSDB) não foi localizado para comentar a situação política no Recife.Racha no PT
O racha petista entre João da Costa e Maurício Rands provocou uma disputa judicial sobre o número de filiados que estavam aptos a votar. Após a confusão, o resultado ficou indefinido, e o anúncio do vencedor está sob responsabilidade do comando nacional.Uma comissão de ética da legenda foi convocada para analisar o caso, já que existe a suspeita de que pessoas ligadas a João da Costa teriam fornecido à Justiça informações incorretas, que teriam influenciado diretamente nas liminares que causaram todo o tumulto na prévia petista. Se a suspeita for confirmada, o prefeito do Recife pode ser punido.