Eduardo Campos pressiona e João Paulo retira candidatura. Por Ricardo Antunes | Raul Jungmann

Eduardo Campos pressiona e João Paulo retira candidatura. Por Ricardo Antunes

“E O PT, QUEM DIRIA, VIROU SUBLEGENDA DO PALÁCIO DO CAMPO DAS PRINCESAS…”

16/04/2012 20:15

Se o atual Prefeito, João da Costa (PT), com sua “miopia política”, imaginava que o seu adversário na disputa, Maurício Rands, poderia “renunciar” à sua pré-candidatura, pois estava “isolado” e sem “apoio politico”, tomou mais um tombo no dia de hoje. Dessa vez foi grande e pode ser fatal para suas pretensões. Ele não só conseguiu o apoio do ex-prefeito, João Paulo – ao lado de lideranças expressivas como o Senador Humberto Costa e o Deputado Federal, Pedro Eugênio – como deixou escapar o que todo mundo já sabia, mas que pouca gente diz: o Governador Eduardo Campos entra de vez na campanha das prévias para tomar conta da PCR em 2013 e fazer seu sucessor na eleição estadual.

 

“E O PT, QUEM DIRIA, VIROU SUBLEGENDA DO PALÁCIO DO CAMPO DAS PRINCESAS…”

16/04/2012 20:15

Se o atual Prefeito, João da Costa (PT), com sua “miopia política”, imaginava que o seu adversário na disputa, Maurício Rands, poderia “renunciar” à sua pré-candidatura, pois estava “isolado” e sem “apoio politico”, tomou mais um tombo no dia de hoje. Dessa vez foi grande e pode ser fatal para suas pretensões. Ele não só conseguiu o apoio do ex-prefeito, João Paulo – ao lado de lideranças expressivas como o Senador Humberto Costa e o Deputado Federal, Pedro Eugênio – como deixou escapar o que todo mundo já sabia, mas que pouca gente diz: o Governador Eduardo Campos entra de vez na campanha das prévias para tomar conta da PCR em 2013 e fazer seu sucessor na eleição estadual.

 

Como um verdadeiro “trator”, Eduardo Campos tira todos os possíveis candidatos do caminho e costura, passo a passo, a aliança política que empina a candidatura do seu Secretário de Governo. Foi o próprio Governador que solicitou diretamente ao ex-prefeito que retirasse seu nome da disputa interna do PT e declarasse seu apoio a Maurício Rands. E não teve nenhum receio de fazer isso às claras, na manhã de hoje, quando recebeu João Paulo, no Palácio do Campo das Princesas, para uma conversa reservada de cerca de trinta minutos. O que pode ter mudado os rumos da sucessão municipal.

A assessoria do governador confirmou que não havia nenhum encontro marcado anteriormente na agenda. Eduardo já tratou do assunto com o ex-presidente Lula e é hoje o verdadeiro coordenador político da candidatura que nasceu no próprio Palácio das Princesas. Vale lembrar que o ex-prefeito João Paulo tem pendências judiciais no TCE que o podem tornar inelegível.

Até ontem à noite, conforme este repórter apurou, a decisão do ex-prefeito, e do seu grupo político, era a de participar das prévias contando com a militância do partido. “Esse era o nosso sentimento, mais houve um fato novo que mudou os nossos planos”, resumiu um sindicalista histórico do partido, que ficou estupefato ao ouvir o discurso de João Paulo, hoje, no auditório do Recife Praia Hotel, no Pina, pouco antes de assumir oficialmente para a imprensa o apoio a Mauricio Rands na sede do partido.

O fato novo que surgiu, na manhã dessa segunda-feira, foi um telefonema do secretário da Casa Civil, Tadeu Alencar, diretamente para o então “candidato”, João Paulo. “O Governador gostaria que o senhor viesse ao palácio, é possível?”, indagou o educado e talentoso secretário, já sabendo a resposta. O ex-prefeito estava ainda na sua residência e seguiu direto para o local, como requisitado.

Eduardo Campos não fez rodeios e foi direto ao ponto. “Preciso de você, pois o momento é muito delicado”, disse, fazendo rasgados elogios ao ex-prefeito que foi seu assessor por um curto período. “Não serei eu esse impedimento”, ratificou um vaidoso João Paulo que depois deixou claro que poderia ter ganhado a eleição se tivesse saído do PT e migrado para o PTB do hoje rival, Armando Monteiro Neto. Com esse movimento, o ex-prefeito encerrava de vez sua ambição majoritária para entrar no projeto do Governador para 2014. “Não havia como dizer não ao governador”, resumia outro interlocutor durante o anúncio do apoio a Rands, feito na sede do Diretório Estadual do Partido. “Se houve esse encontro, não havia saída mesmo”, ratificou o vereador Josenildo Sinésio (PT) como que confirmando a “pressão” do Palácio.

“Ele esteve no Palácio hoje pela manha”, confirmou o gerente de comunicação, Carlos Percol. Quando, com essa informação, perguntei a Maurício Rands depois da coletiva se ele ouviu falar do encontro de Eduardo Campos com João Paulo ele foi taxativo. “Não conversei com o Governador hoje”, respondeu o candidato, sem meias palavras e sem mover um músculo.

Como se pode observar, a política é a arte do improvável com a fantasia de uma realidade que passa muito longe dos discursos de ocasião. E que é decidida, invariavelmente, nos bastidores sem muita gente por perto. Além, é claro,  dos processos administrativos que “repousam” nas gavetas de alguns conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE).