Vice-chanceler venezuelano nega crise com Bogotá mas segue contra bases | Raul Jungmann

Vice-chanceler venezuelano nega crise com Bogotá mas segue contra bases

Portal Terra, Da Redação

 vice-chanceler venezuelano para a América Latina e o Caribe, Francisco Arias Cárdenas, negou hoje que exista uma crise entre Venezuela e Colômbia mas reivindicou a pertinência da posição de Caracas contra o “estabelecimento” de bases militares “ianques” no país vizinho.

“Não necessitamos mediadores porque não há crise com a Colômbia”, declarou Arias Cárdenas, após reunir-se em Caracas com uma delegação parlamentar do Brasil que visita a Venezuela como parte de uma viagem que também a levará ao Equador e Colômbia.

Com a Colômbia “temos uma situação muito séria, que tem a ver com a decisão do Governo colombiano de estabelecer bases ianques”, e a “postura venezuelana obedece a um tema de princípios e de razões totalmente válidas”, acrescentou Arias Cárdenas, informou um comunicado da Chancelaria venezuelana.

O assessor presidencial brasileiro, Marco Aurélio Garcia, reiterou na semana passada a vontade do Brasil de mediar o conflito entre Caracas e Bogotá, se assim fosse da vontade das partes, derivado do acordo assinado entre Colômbia e EUA que permite a militares americanos utilizar sete instalações no país.

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, qualificou de inviável a intervenção de terceiros no conflito bilateral e sustentou que o mesmo só se superará se os Estados Unidos desistem de instalar bases na Colômbia.

As relações entre Colômbia e Venezuela estão congeladas desde 28 de julho por decisão de Chávez, que assumiu essa posição em rejeição ao convênio militar que qualifica de “ameaça” para seu Governo “revolucionário”.

O líder reiterou que a Venezuela deve preparar sua “defesa” frente a “ameaça” que representaria a presença de tropas americanas na Colômbia, o que elevou a tensão bilateral.

O vice-chanceler venezuelano disse que durante a reunião com os legisladores brasileiros “se abordou a necessidade que a América do Sul” assinale “com muita força não só à Colômbia, mas aos que querem impor as bases em terra colombiana; o risco que isso significa para a paz regional”.

Já o chefe da comissão parlamentar brasileira, o deputado Raul Jungmann, afirmou que a viagem pela Venezuela, Colômbia e Equador tem como objetivo abordar temas de interesse comum com o Brasil como “segurança, armas, drogas, defesa e relações diplomáticas”, indicou o comunicado da Chancelaria venezuelana.

A delegação brasileira é integrada pelos legisladores Jungmann, Claudio Cajado Sampaio, Jackson Barreto, Julio Delgado e Arnaldo Madeira, de acordo com a informação da Chancelaria da Venezuela.