Usuários apontam melhores Unidades de Saúde da Família | Raul Jungmann

Usuários apontam melhores Unidades de Saúde da Família

O ranking das Unidades de Saúde da Família (USF) compilado nos meses de setembro e outubro, pelo vereador Raul Jungmann, classificou por nota os serviços e estrutura de 113 postos de saúde do Recife. Ontem, a FOLHA trouxe os piores resultados. Encabeçam a lista de reprovados as unidades de Sítio Grande e Campo do Banco. Hoje, último dia da série, é a vez de conhecer as melhores, e de descobrir por que as comunidades as aprovaram com notas superiores a 9. Atestada como as melhores no serviço, estão Passarinho Baixo, UR-3 e Ilha de Deus. Na disparidade de cenários o que os usuários querem é o fim das promessas vazias e a real construção de uma política que diminuam as diferenças e a espera de quem tem pressa.
 
Usuários apontam melhores Unidades de Saúde da Família
 
da Folha de Pernambuco 
 
O ranking das Unidades de Saúde da Família (USF) compilado nos meses de setembro e outubro, pelo vereador Raul Jungmann, classificou por nota os serviços e estrutura de 113 postos de saúde do Recife. Ontem, a FOLHA trouxe os piores resultados. Encabeçam a lista de reprovados as unidades de Sítio Grande e Campo do Banco. Hoje, último dia da série, é a vez de conhecer as melhores, e de descobrir por que as comunidades as aprovaram com notas superiores a 9. Atestada como as melhores no serviço, estão Passarinho Baixo, UR-3 e Ilha de Deus. Na disparidade de cenários o que os usuários querem é o fim das promessas vazias e a real construção de uma política que diminuam as diferenças e a espera de quem tem pressa.
“Nós começaremos janeiro com um verdadeiro canteiro de obras na Cidade. Mais da metade das nossas Unidades de Saúde da Família estarão em fase de requalificação estrutural”, prometeu o secretário de Saúde do Recife, Jailson Correia. Ele segue a cartilha na qual o primeiro passo para extinguir os problemas na rede é a requalificação física dos prédios. “Em uma estrutura inadequada temos a capacidade reduzida. Isso desestimula o profissional e retroalimenta o serviço sem qualidade”, comentou. O secretário informou que não recebeu ainda o levantamento realizado pelo gabinete do vereador Raul Jungmann, mas diante das primeiras informações fez ressalvas. “Acho que dar nota é uma forma simplista de ver a questão. Sabemos que temos uma rede que ainda tem carências importantes e reconhecemos as dificuldades”, disse. Segundo ele, mesmo nos avanços da atenção básica nos últimos dez anos houve falhas de planejamento que ainda comprometem o sistema seja em infraestrutura, seja em recursos humanos. É para mudar a realidade de demora nas consultas de especialistas que o gestor da pasta aposta todas as fichas na criação de seis Unidades Públicas de Atendimento Especializado (UPA-e), sendo uma em cada Região Político-Administrativa (RPA) e na seleção para novos profissionais. As quatro primeiras, por exemplo, ainda sem prazo, já tivermos locais definidos – Ibura, Macaxeira, Areias e Campina do Barreto. Se os prazos das UPA estão a perder de vista, um Projeto de Lei de autoria de Jungmann estabelece limites para os atendimentos e exames. A proposta pretende tornar lei 21 dias para a espera de consulta básica e 28 dias para demais especialidades. Fonoaudiólogo, nutricionistas, psicólogos e fisioterapeutas teriam prazo de 20 dias. As novas regras, que estão em analise nas comissões da Câmara, disciplinariam o que já é a média em unidades de excelência elencadas pelo ranking das UFS. Atestada como as melhores no serviço, estão Passarinho Baixo, UR-3 e Ilha de Deus. Em comum, as três têm um case de sucesso graças ao engajamento da comunidade no serviço. A programação de obras incluirá o fim da construção do posto do Alto do Pascoal, que está com a obra parada há dois anos. E também o término do prédio do Córrego do Eucalipto, que já teve a construção parada várias vezes e recomeçou há algumas semanas.
 
Pequena por fora, mas bem organizada por dentro. Essa é a primeira impressão da UFS do Passarinho de Baixo classificada como a melhor USF do Recife. Mesmo no espaço reduzido há cadeiras para acomodar os pacientes e um ambiente climatizado. Salas limpas, prontuários organizados e população satisfeita. O cenário é bem diferente de anos atrás e rendeu a nota de 9,8. Apesar da aprovação dos serviços prestados no espaço, a comerciante Elisa de Lima, de 42 anos, acha que a atenção básica ainda precisa avançar na oferta de consultas especializadas. “Faz anos que eu procuro uma consulta para cirurgia de mioma. Venho aqui me entregam encaminhamentos, mas essa história não anda”, contou. A peregrinação da comerciante já dura três anos. A responsável pela marcação da unidade de Passarinho informou que, assim como Elisa, há outras pacientes na fila pela mesma especialidade, mas o problema de falta de cirurgião ginecológico é generalizado no Recife.
Não é de hoje, que a Unidade de Saúde da Família da UR- 3 é certificada pelo bom atendimento. A enfermeira Sara Rosa Valente lembrou que em 2011 o posto foi homenageado pelo Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (Pmaq). Para ela, o principal diferencial do espaço é ter uma agenda aberta. “Não temos marcação prévia. Chegou aqui é acolhido e atendido”, disse. Mas nem tudo são flores por lá. O quadro de agentes de saúde está incompleto nas duas equipes. Sem falar, que falta formar a odontologia na segunda equipe. O que fecha a conta para não deixar a comunidade na mão é o engajamento dos profissionais que fazem uma força tarefa diária. Quem comemora são os pacientes. “Não tenho do que reclamar, sempre fui bem atendida aqui”, afirmou a manicure Etiene Costa, 53. “Por mim dava nota 10. Sei que a realidade daqui é diferente de outros lugares”, avaliou a dona de casa Lenita de
 
Para quem tinha os piores índices de desenvolvimento humano do Recife, a Ilha de Deus deu uma reviravolta no seu histórico nos últimos anos. Nesse pacote de melhorias não poderia faltar a saúde. A unidade – que ainda nem foi inaugurada oficialmente – atende em espaço amplo, e com climatização em todos os espaços. A limpeza do local também salta aos olhos. Muitos dos usuários elogiaram a rapidez do serviço e a cortesia dos funcionários. “Tudo é bom, bem diferente de antes quando era pequeno, apertado. Agora é acolhedor”, destacou a gestante Bianca Paulinho, 17 anos que espera o primeiro filho e faz o pré-natal na Ilha. A dona de casa Lucicleide Gomes, 41, faz questão de levar a neta e a sobrinha ao posto com regularidade porque confia nos profissionais e sabe que será bem atendida, mas pede mais atenção na distribuição de remédios. “O posto é muito importante para a comunidade, daria 10 de nota com certeza, mas alguns medicamentos ainda faltam”