Unicap: Embaixador espanhol ministra minicurso na Católica | Raul Jungmann

Unicap: Embaixador espanhol ministra minicurso na Católica

A Assessoria de Relações Internacionais e o Núcleo de Estudos para a América Latina (Neal) da Universidade Católica de Pernambuco realizaram, na última quinta-feira (26), na sala 510 do bloco A, o minicurso “Segurança energética, alimentar e ecológica na política internacional”. O curso, realizado entre 9h e 12h30, foi ministrado pelo pesquisador voluntário do Neal e embaixador espanhol Fernando Martinez.

As chamadas energias renováveis, ou seja, aquelas capazes de se renovar e, portanto, inesgotáveis, segundo o embaixador, foram intensivamente utilizadas pelo homem até a criação da máquina a vapor. Para ele, a razão pela troca é clara: independência em relação às condições climáticas. No entanto, na década de 1970, as matrizes energéticas que foram trocadas pela máquina de James Watts começaram a ser vistas como alternativas limpas.

 

Ainda falando sobre a questão energética, o embaixador lembrou como a distribuição geográfica das reservas naturais pode gerar conflitos entre as nações. O petróleo, por exemplo, principal matriz energética mundial, está concentrado, principalmente, no Oriente Médio, uma região politicamente instável, e em países do Leste Europeu. O carvão mineral, por sua vez, tem cerca de 70% de suas reservas localizadas em três países ? EUA, China e Rússia.

Para Fernando Martinez, a concentração desses recursos naturais pode intensificar os conflitos já existentes e criar um mundo mais perigoso. “Essas potências vão lutar para conseguir esses recursos que estão se esgotando e, caso não consigam, seus líderes serão ?castigados? pela população do país”, disse.

Para encerrar o tópico sobre energia, o embaixador falou sobre um relatório divulgado pela Agência Internacional de Energia (IEA) com as previsões para o consumo energético até o ano de 2030. Mesmo com a diminuição da demanda de energia por conta da crise econômica mundial, a previsão é que, neste ano, a procura volte a crescer. O consumo em países asiáticos e do Oriente Médio deve impulsionar esse crescimento. O relatório indica, ainda, que as principais matrizes continuarão sendo o petróleo e o carvão.

Em seguida, o embaixador falou sobre as mudanças climáticas e o que tem sido feito pelos países com relação a isso. Mesmo com a crise econômica mundial, em 2009, a concentração de gases na atmosfera não diminuiu. Para tentar reverter ou amenizar os problemas, os líderes mundiais se reuniram, em dezembro do ano passado, em Copenhague, capital da Dinamarca, para buscar soluções.

Depois de duas semanas de debates, a cúpula não formalizou nenhum acordo com validade legal. Para o embaixador, acordos com a participação de todos os países é algo difícil porque, em algum ponto, ele pode ferir a soberania do país. Ele destacou, ainda, o plano de metas voluntárias do Brasil, que prevê uma diminuição do desmatamento da Amazônia em 80% e do Cerrado em 40%. Essas propostas, somadas a outras iniciativas, fariam com que o país reduzisse entre 36,1 e 39,9%.

Por fim, o embaixador falou sobre a segurança alimentar. Para a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), segurança alimentar é quando as pessoas têm acesso físico, econômico e social a todos os nutrientes contidos em alimentos de sua refeição. Hoje, ainda segundo a FAO, um bilhão de pessoas no mundo sofre com a fome ou desnutrição. Ele falou, ainda, sobre os desafios que a ONU encontra no enfrentamento do problema. Ao final, o embaixador abriu um espaço para que os alunos pudessem tirar dúvidas.

Assessoria de Imprensa da UNICAP