Política – O Plano B da oposição para enfrentar Eduardo | Raul Jungmann

Política – O Plano B da oposição para enfrentar Eduardo

Diante do impasse sobre a candidatura de Jarbas, cresce mobilização em torno do nome do ex-presidente da OAB Jayme Asfora para o governo

Asfora não descarta a possibilidade: “Me coloco à disposição do grupo”O impasse sobre a candidatura do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) ao governo do estado em 2010 vem dando lugar a uma série de especulações sobre quem poderia substituir o cacique da oposição, caso ele desista da disputa. Uma tese defendida por um grupo cada vez mais numeroso de jarbistas é de que um possível “plano B” seja encabeçado por um candidato que represente a renovação da sigla. Nesse contexto, o nome do ex-presidente da OAB Jayme Asfora ganhou corpo nos últimos dias. Sua candidatura já é defendida abertamente por integrantes do PMDB que querem o senador bem distante de uma batalha com Eduardo Campos (PSB).

Uma declaração pública do ex-deputado Maurílio Ferreira Lima, que engrossou o coro pró-Asfora, abriu o importante precedente para o nome da ala jovem do PMDB ecoar mais alto dentro do bloco da oposição. Nas conversas internas no partido e até em fóruns de discussão e blogs na internet, ele já desponta como a principal opção para 2010 se a cúpula do partidoentender que a eleição servirá para renovar o partido.

Outros quadros com o mesmo perfil de Asfora no PMDB, como o deputado federal Raul Henry e o prefeito de Petrolina, Júlio Lóssio, já cumprem missões estratégicas e dificilmente partiriam para o sacrifício. Já o ex-prefeito de Caruaru Tony Gel (DEM) e o deputado Raul Jungmann (PPS), que tiveram os nomes ventilados, não chegam a empolgar o PMDB, uma vez que não têm o perfil de renovação requisitado por grupos jarbistas.

Aos 40 anos, Jayme Asfora foi presidente da OAB em Pernambuco entre 2007 e 2009 e é procurador do estado desde 1995. Pré-candidato declarado a deputado estadual pelo PMDB, ele encontrou várias brechas para encurralar o governo socialista durante sua gestão à frente da Ordem. Assim como outras entidades, como o Conselho Regional de Medicina (Cremepe), o ex-presidente conseguiu colocar a OAB como um dos poucos contrapontos às ações do Palácio.

Por iniciativa de Raul Henry, desde o final do ano passado Asfora e Júlio Lóssio integram a comissão executiva da legenda como parte do processo de transição discreta na direção do partido, num claro sinal de prestígio interno. A avaliação de alguns jarbistas é de que Asfora tem tudo a ganhar com a candidatura ao governo, mesmo se perder a disputa nas urnas.

Jayme Asfora disse estar satisfeito e cauteloso com a onda de especulações. Ao mesmo tempo em que não descarta sair para uma disputa pela cadeira de governador, ele lembra que a candidatura de Jarbas “depende de uma maturação dele próprio”. “Coloco meu nome à disposição do grupo. Mas não alimento isso. Não é uma coisa que estou planejando. Estou à disposição da sociedade, me disponho a participar. Claro que eu não posso descartar (uma eventual candidatura ao governo do estado)”.

Sobre o embate do fututo candidato da oposição com Eduardo Campos, o ex-presidente da OAB garante que “não há um candidato imbatível”, uma vez que as falhas na administração socialista podem ser questionadas na campanha. “Temos de fazer uma campanha para frente, exatamente como aquele slogan da campanha de Marcos Freire (para o senado): sem ódio e sem medo”, planeja.

Fonte:Diario de Pernambuco – PE