O engodo das políticas compensatórias | Raul Jungmann

O engodo das políticas compensatórias

Por Síllvio Barbosa – O mundo vem sendo balizado por processos de transformação com estigma de auto-destruição programada. Os processos de gestão pública, imputados pelos governos, têm demonstrado que o casuísmo dos fenômenos sociais é tratado de forma superficial, já que no lugar de soluções eficientes, estruturadoras, ações paliativas e assistencialistas estão sendo aplicadas para pequenos grupos de pessoas.

Enquanto o governo caracteriza mascaradamente as políticas públicas como welfare state, permite que a vida da população seja tratada levianamente, mediante a instituição de uma crise fiscal, de legitimação, de governabilidade/caráter/dignidade, decorrentes do ciclo de corrupção sem limites.

A hegemonia política, social e econômica tem sido substituída pelo autoritarismo, ausência da dignidade, decência, regulação das ações governamentais. Aos poucos, vem sendo instituído um sistema de proteção restrito e fortemente seletivo de interesses políticos, pessoais e partidários, carecendo de políticas de proteção da universalidade e equidade.

Em Pernambuco, o cenário econômico demonstra que os empregos têm surgido como decorrência dos investimentos que já eram esperados, não se trata de nenhuma articulação realizada por essa gestão ou políticas comerciais recentemente implantadas.

Uma nova ordem mundial foi estabelecida, novas frentes de investimentos produtivos e especulativos, mão-de-obra barata, estão sendo estudadas há anos… até o momento de sua implantação… esta é a realidade do Brasil, de Pernambuco…

Como o país, o Estado de Pernambuco está sendo estruturados para receber esses investimentos?… estrangeiros estão sendo contratados… localmente, não se atende  as demandas sociais, políticas e econômicas.

Discute-se um perfil de trabalhador que associe destreza física, padrões de conhecimento técnico, incorporados a um contingente cada vez maior de trabalhador com qualificações intelectuais (white collor).
Dentro da realidade brasileira, especificamente a Pernambucana, expostas, surgem reflexões sobre as dicotomias sociais de concepções de justiça, valores de igualdade, respeito, cidadania e dignidade humana que deveriam nortear políticas de proteção social, mas vem sendo ultrajados pela ausência de caráter político.