A bancada governista da Câmara do Recife não está disposta a acatar automaticamente as propostas lançadas pelos vereadores eleitos pela oposição. O sinal dado por alguns membros da base é de que as sugestões – algumas de caráter polêmico, como o fim do “auxílio-paletó” – poderão até ser incorporadas, posteriormente, mas não se pretende travar o debate político, neste momento, como almeja a oposição.
GOVERNISTAS FOGEM DE DEBATE
Débora Duque / dduque@jc.com.br
A bancada governista da Câmara do Recife não está disposta a acatar automaticamente as propostas lançadas pelos vereadores eleitos pela oposição. O sinal dado por alguns membros da base é de que as sugestões – algumas de caráter polêmico, como o fim do “auxílio-paletó” – poderão até ser incorporadas, posteriormente, mas não se pretende travar o debate político, neste momento, como almeja a oposição.
A avaliação dos governistas é de que o bloco rival está “expondo” a Casa ao colocar-se como defensor da extinção de benefícios e medidas que ampliem a transparência do Legislativo. Por isso, alguns preferem nem entrar no mérito das proposições a pretexto de não ampliar os “holofotes” sobre os adversários.
O vereador Vicente André Gomes (PSB), que se colocou como candidato à presidência da Casa, classificou a iniciativa de “midiática”, mas não esclareceu se era favorável ao fim do 14º e 15º salários. “Vereadores que ainda nem assumiram estão querendo iniciar essa discussão que só deve ser feita quando os 39 novos membros assumirem, em janeiro. Não quero é que que venham colocar como se esta Casa fosse podre”, rebateu.
Já Marília Arraes (PSB), também cotada para assumir a presidência, disse ser favorável à maioria dos pontos, mas acusou a oposição de querer travar o debate pela “imprensa”. “Discordo da maneira como as coisas estão sendo discutidas. Achei que, antes de apresentar o documento à imprensa, eles conversariam conosco. Colocar a opinião pública contra a Casa é ruim para a democracia”, declarou.
A vereadora Aline Mariano argumentou, porém, que os governistas optaram por esavziar a última reunião convocada, há 15 dias, para discutir critérios para a eleição da mesa. Já Priscila Krause (DEM), atual líder da oposição, disse que o bloco pretende insistir no debate e criticou os colegas. ” A gente quer justamente aproximar a Casa da opinião pública. Eles estão fulanizando a questão e não querem enfrentar o debate”, disse.