Da Agência Brasil
Em Brasília
O padre José Virgílio da Silva, que dirige a rádio Katolica e foi um dos primeiros a dar assistência às vítimas do ataque, afirmou à Agência Brasil que há ainda sete desaparecidos, entre eles, brasileiros. O Itamaraty, no entanto, não confirma esses dados.
Outra preocupação é com denúncias de brasileiros que vivem no Suriname que, durante o ataque, pelo menos 20 mulheres teriam sido estupradas pelos chamados “marrons” – os quilombolas (descendentes de escravos) surinameses.
Ontem (28), durante conversa da ministra de Negócios Estrangeiros do Suriname, Ligya Kraag-Keteldijk, com o secretário-geral do Itamaraty, Antônio Patriota, o diplomata brasileiro apelou para que todas as informações sejam checadas e as providências tomadas. Segundo informações do Itamaraty, Kraag-Keteldijk assegurou que todas as medidas necessárias serão implementadas.
Na véspera do Natal, cerca de 200 estrangeiros, entre brasileiros e chineses, foram atacados por quilombolas surinameses na região de Albina – a 150 quilômetros de Paramaribo. O local é habitado principalmente por garimpeiros e suas famílias, que não dispõem de documentos legais. O estopim teria sido um suposto crime envolvendo um brasileiro e um “marrom”.
De acordo com relatos dos sobreviventes, foi uma noite de terror, com cenas de massacre. O padre José Virgílio foi até o local do crime e registrou em imagens o que restou: casas destruídas, objetos pessoais e sangue. Segundo o religioso, o clima está mais tranquilo, mas a tensão ainda existe na região.