Desapropriações devem ser anunciadas e gesseiros apresentam casas alternativas | Raul Jungmann

Desapropriações devem ser anunciadas e gesseiros apresentam casas alternativas

Terrenos localizados em doze municípios que declararam estado de calamidade serão desapropriados até esta sexta-feira para permitir a rápida recosntrução das casas destruídas pelas enchentes em Pernambuco.

O prazo é o limite estebelecido pelo presidente da Companhia Estadual de Habitação e Obras (CEHAB), Amaro João, para garantir o inídio dos trabalhoes de terraplenagem, onde for necessário, e construção das residências ainda este mês.

De acordo com Amaro João, a luta agora é contra o tempo. São 14 mil residências cujas construções devem ter início ainda este ano e, por isso, várias tecnologias estão sendo consideradas como alternativas à alvenaria convencional. “Construir tijolo por tijolo será uma saída para complementar a reconstrução, mas não é possível um processo acelerado utilizando esta técnica”, afirma.

Justamente por isso, a Cehab tem recebido propostas de construtoras que utilizam a chamada alvenaria industrial, fornecendo placas pré-fabricadas ou partes inteiras da casa para apenas serem montadas no local. O que está em jogo, agora, é a questão da relação custo e benefício, uma vez que as residências devem ser populares e ter um custo de construção abaixo do limite de R$ 37 mil estabelecido pelo Programa Minha Casa, Minha Vida. “A discussão segue durante toda esta semana, quando terminaremos de receber as propostas e definiremos os modelos que devem ser adotados em cada região afetada pelas chuvas”, conclui.

Gesso – Quem entra por último na disputa pelos modelos construtivos a serem adotados na reconstrução das cidades atingidas pelas chuvas é o polo gesseiro pernambucano. A proposta formal será apresentada ainda esta semana ao governo do estado e apresenta um projeto de residência de 47m², 42 dos queis de área construída e 5 de varanda frontal, composto de 100% da matéria-prima vinda do sertão do Araripe.

De acordo com o presidente do Sindicato das Indústrias de Gesso do Estado de Pernambuco (Sindusgesso), Josias Inojosa Filho, o total de 10 empresas que farão parte da empreitada abrirão mão de parte dos lucros envolvidos na construção como forma de auxílio às vítimas das chuvas. “A ideia é não nos aproveitarmos de uma situação de calamidade em ganhos corporativos e fazermos mais do que viemos fazendo, que é a doação de itens de primeira necessidade. Isso é importante, mas é de casa que as pessoas precisam”, afirma.

Juntas, as companhias são capazes de construir 150 casas por mês, a um custo que deve girar em torno dos R$ 25 mil por unidade. A proposta será apresentada a partir da ideia de que não deverá ser utilizado um único tipo de alvenaria, uma vez que as construtoras específicas não deverão conseguir atender, simultaneamente, toda a necessidade das vítimas. “A saída para isso é o multiprocesso, aplicado em regiões diferentes e é por isso que acreditamos que nossa ação será convertida em auxílio aos que precisam”, conclui.