Cultura não é tudo, mas pode ser falar, cozinhar, vestir, andar, dançar ou representar.
Fazer cultura está nos indivíduos, mas não é resultado inevitável de todos eles.
É FUNDALMENTALMENTE saber sentir e se expressar, antes de tudo, saber transformar.
Os períodos Pré-Colonial, Colonial, do Império e da República reúnem representações significativas de arte e de cultura em Pernambuco.
Vejam-se os exemplos na pintura rupestre, na poesia e na música produzidos em espaços geográficos do sertão ao litoral. Entre os painéis de pinturas rupestres: os do Vale do Catimbau.
Na música: Lia de itamaracá, Nação Zumbi e Capiba; os escritores Ariano Suassuna e Carlos Pena Filho; os artistas Abelardo da Hora, Frans Post, Albert Eckout, Tereza Costa Rego e Montez Magno; as receitas das nossas panelas transformando nosso paladar com os perfumes do doce de jaca, da umbuzada e tapiocas; nas leituras dos primeiros folhetos e jornais anunciando movimentos políticos como a Praieira nos primeiros impressos do século XIX.
Qual a nossa sorte a partir de extraordinária capacidade de assimilar cultura, de transmudar influências culturais e de tornar viva na sua poética o adquirido e o transformado?
A reunião de trabalhos como resultado da capacidade de fazer cultura no exercício em três níveis:
1. O da erudição produzido pelo estudo paciente e assimilação desse estudo;
2. O da produção via aproveitamento do mundo sensível;
3. O da multiplicidade dos interesses intelectuais das produções.
Sim, temos sorte!
* Bartira Ferraz Barbosa é diretora de Extensão Cultural da PROEXT/ UFPE
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