C-130 Paquistanês vem ao Brasil e alimenta informações sobre exportação de mísseis | Raul Jungmann

C-130 Paquistanês vem ao Brasil e alimenta informações sobre exportação de mísseis

Um C-130 da Força Aérea Paquistanesa se tornou objeto comum no aeroporto de São José dos Campos no mês de junho ao visitar a cidade ao menos duas vezes, uma dia 8 e outra dez dias depois.
 
Essas visitas não seriam notadas se não fosse a informação não confirmada, coletada por uma fonte do DB, de que o C-130 teria ficado nas duas ocasiões apenas até a manhã do dia seguinte para ser discretamente carregado durante a noite, e que a carga, ao menos na última visita, teria sido de 20 caixas da Mectron, de 490kg cada, contendo mísseis ar-ar de curto alcance MAA-1A Piranha.

 O Paquistão adquiriu há dois anos atrás um lote de 100 mísseis anti-radiação MAR-1, fabricado pela Mectron, pelo valor de R$85 milhões, mas rumores dão conta de que a venda teria causado mal estar nas relações entre Brasil e Índia, grande parceira do Brasil e inimiga do vizinho Paquistão. Por essa razão, essa venda teria sido cancelada no final do ano passado sem que o país comprador tenha recebido os mísseis.

A venda de mísseis ao Paquistão é tratada como segredo de Estado. Devido a uma cláusula de sigilo no contrato, Mectron, FAB, nem qualquer autoridade brasileira comenta a exportação dos artefatos para o país asiático.

Na ocasião do suposto cancelamento, surgiu a informação de que a Força Aérea do Paquistão estaria interessada em mísseis ar-ar de curto alcance brasileiros. Na época, levantou-se a possibilidade do interesse ser pelo MAA-1B, versão mais moderna do Piranha, mas que ainda se encontra em fase de testes e só deve estar pronto no início do ano que vem. Essa carga, se confirmada, mostra que o interesse do Paquistão por mísseis ar-ar de curto alcance é real, embora o míssil vendido seja a primeira versão, MAA-1A.
 
Segundo informações apuradas pelo Defesa Brasil, o objetivo do Paquistão seria primeiro integrar o MAA-1A Piranha em suas aeronaves, e assim abrir caminho e doutrina para uma fácil integração da nova versão, MAA-1B, que inclusive ja teria sua venda assinada, faltando apenas esta nova versão encerrar o período de testes e entrar na fase de produção.
 
Não há informações do valor desta suposta negociação ou de quantos misseis possam ter sido carregados nas duas viagens do C-130 paquistanês à São José dos Campos.