Brasileiros conectados | Raul Jungmann

Brasileiros conectados

Brasileiros conectados

Do Blog Acerto de Contas 

Depois daquele fenômeno cibercomportamental no qual os brasileiros rapidamente se apropriaram da plataforma de comunicação Orkut, tornando-se a clientela de nacionalidade majoritária da rede, eis que surge o fenômeno Twitter e estamos a um passo do primeiríssimo lugar em número de usuários do microblog.

Quer dizer, “a um passo” é um tanto de exagero, pois representamos apenas 8,7% do total de usuários, contra aproximadamente 50% de norte-americanos. Mas, de acordo com pesquisa da Sysomos divulgada na rede, esse percentual já nos garante o segundo lugar. Em terceiro colocado está o Reino Unido, quase colado na gente, com 7,2%. De toda forma, o crescimento do número de usuários brasileiros está se dando de forma rápida, uma vez que em junho do ano passado nossa participação correspondia a apenas 2%.

 

A pesquisa também revelou o nível de participação de cada nacionalidade em percentuais de twittadas. Os americanos twittam 56% das mensagens publicadas no microblog, a segunda posição é do Reino Unido, com 8% de twittadas, e os brasileiros caem para o terceiro lugar com 6,7% de participação.

As três cidades que mais usam o Twitter, segundo a Sysomos, são Londres (2%), Los Angeles (1,6%) e a brasileira São Paulo (1,4%). O Rio de Janeiro, com 0,75%, figura em nono lugar.

Orkut, Twitter e MSN são verdadeiras manias dos brasileiros. Não consegui achar números na web que dessem conta do percentual de brasileiros versus outras nacionalidades no uso do MSN, mas segundo pesquisa realizada pela F/Nazca (do Datafolha) e divulgada na rede, 45% dos internautas brasileiros citam o MSN como canal de comunicação, perdendo apenas para o Orkut, citado por 54% dos pesquisados.

Uma notícia bacana, trazida pelos números da F/Nazca, é a de que os internautas nordestinos são os que mais compartilham mensagens e arquivos (fotos, áudio, vídeo etc.) na web, representando 77% dos que declararam o hábito, enquanto apenas 55% dos internautas da região sul o fizeram.

Nós, brasileiros, somos ávidos usuários de redes de comunicação. Gostamos de interagir, de divulgar, de marcar nossa existência no ciberespaço. Claro que a “qualidade” dessa interação, dessa divulgação, desse marco existencial é passível de questionamentos, mas como hoje eu estou muito light, muito Rute (a gêmea boazinha daquela novela da Globo), não vou dizer que a maior parte do que se publica na web é de uma irrelevância acachapante. Ops! Saiu sem querer!

Well, seja como for, parece que nossa febre de comunicação está fazendo escola. Hoje, tudo quanto é empresa no mundo está fazendo divulgação de seus negócios no Twitter. E não são empresas de quinta, não. São empresas grandes, desenvolvedoras de games e produtos eletrônicos. Tudo o que se lança, hoje, no mercado digital, sai primeiro no Twitter corporativo das mega empresas. Parece que o jeito brasileiro de ser é, acima de tudo, lucrativo quando transplantado para o ambiente virtual de negócios.

Agora só falta o próprio Twitter descobrir um jeito de ganhar grana com seu próprio serviço. Como todos sabem, o microblog mais popular da atualidade ainda está deficitário, e já que não há almoço grátis, a empresa criadora do Twitter está recrutando engenheiros para tirá-la do vermelho. São 26 vagas recém-abertas, sendo 4 voltadas a projetos avançados de monetização.

Ainda na esteira dos negócios na web, vale trazer à baila a informação de que 91% dos internautas de alto poder aquisitivo procuram informação na web antes de adquirir produtos. Dados divulgados pelo Ibope Mídia, que pesquisou os hábitos de consumo dos 5% mais ricos do Brasil, Argentina, Colômbia e México, revelam ainda que 82% dessa nata econômica considera a compra on line mais conveniente.

A lista de prioridades nas compras online dessa elite é a seguinte:

Mulheres – 76% produtos para cuidar da pele; 50% computador; 45% roupas de grife.

Homens – 57% telefone celular; 54% computador; 49% perfumes; 41% roupas de grife.

Vale salientar que a média de gastos das mulheres dessa classe com cosméticos é de aproximadamente R$ 700,00 ao ano. Isso equivale a uns R$ 60,00 por mês. Não chega a ser um absurdo, pois cosméticos são caros mesmo. Ainda assim, 60 pratas é mais que o dobro do que gasto por mês com produtos de beleza, e olha que eu só uso bons produtos e tenho um cabelão que requer muito cuidado.

Por fim, e ainda na esteira da beleza, é bom encerrar esse post retornando ao tema inicial (redes sociais) e divulgando uma rede que certamente faz a cabeça dessa gente tão bonita, informada e elegante. É a rede Beautiful People (Gente Bonita) http://www.beautifulpeople.com/, uma espécie de Orkut que passa uma peneira nos novos cadastros, aceitando apenas gente bonita e sarada lá dentro. O serviço já tem uma versão em português e está só esperando pelo seu perfil. Quem se habilita?

Amanda Costa é designer educacional, graduanda em Pedagogia pela UFPE, aspirante à mestranda em Educação Tecnológica e autora do site Educação Interativa Multimídia