A FRAGILIDADE DO TEMPO | Raul Jungmann

A FRAGILIDADE DO TEMPO

Impressiona-me a coragem do artista Montez Magno pelos temas abordados na Série Thânatos. Nove quadros dialogam com nossos espaços mentais mais profundos. Trata-se de pinturas sobre a dor, o medo, o trágico, a sensualidade e, portanto, o que está invisível mas presente, porque inserido nos objetos em cena.

Veja o catálogo da exposição de Montez Magno

O estilo também não deixa passar despercebida a maturidade poética do artista que, nesta mostra, em nada aborrece, porque é capaz de abordar nascimento e morte.

Em contato com Montez qual espanto ver tamanha simplicidade material e inteligência reunidas numa só pessoa. Deixa claro que vive com a falta de espaço no seu próprio atelier e na sociedade em geral, problema também reconhecido por outros artistas plásticos.

Seu currículo denota grande empenho para superar as barreiras e impor seus trabalhos poéticos e pictóricos em instituições e galerias nacionais e internacionais.

Montez não costuma circular pelas ruas do Recife ultimamente, a cidade não o atrai tanto. Mas seus sentimentos parecem ter encontrado na Série Thânatos um lugar para uma espécie de catarse.

Pelo exposto, é motivo de orgulho para Pernambuco e para a UFPE poder apresentar à sociedade uma parte significativa do universo múltiplo do artista Montez Magno, numa exposição que reabre no dia 15 de abril, o Centro Cultural Benfica para o público voltado às artes plásticas, após recente reforma de manutenção.

Com esta iniciativa, mais uma vez, a Diretoria de extensão Cultural da UFPE vem afirmar a importância fundamental do diálogo entre a Universidade e a Sociedade, na busca de melhor promover a diversidade artística e cultural do nosso país.

* Bartira Ferraz Barbosa é diretora de Extensão Cultural da PROEXT/ UFPE

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