Chefe da Casa Militar diz que Arruda não dormiu e vive uma “situação humilhante” | Raul Jungmann

Chefe da Casa Militar diz que Arruda não dormiu e vive uma “situação humilhante”

O governador afastado do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido), que está preso na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, recebeu na manhã desta sexta-feira a visita do chefe da Casa Militar, coronel Ivan Rocha. Segundo o coronel, Arruda não dormiu e está sofrido porque vive uma “situação humilhante”.

O militar disse que está confiante na Justiça para retomar a liberdade. “Ele está sofrido, mas está bem. É uma situação humilhante a um governador de Estado”, disse.

O coronel negou que Arruda tenha recebido qualquer tipo de privilégio. “É a mesma sala que todos os presos que tem nível de chefe de Estado. É a mesma coisa. Ninguém consegue dormir numa situação como essa”, afirmou.

Para o chefe da Casa Militar, o governador foi injustiçado. “Ele está confiante na Justiça. Em 32 anos de serviço, nunca vi ninguém ser preso sem ser ouvido, sem ter o amplo direito de defesa”, disse.

Até agora, nenhum familiar visitou o governador. O assessor de imprensa de Arruda, André Duda, também está no prédio da Polícia Federal. Segundo a PF, Arruda está isolado no gabinete da diretoria do INC (Instituto Nacional de Criminalística), onde passou a noite.

O governador foi preso e afastado do cargo por decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça). Ele e mais cinco pessoas são acusados de tentar subornar uma das testemunhas do suposto esquema de arrecadação e pagamento de propina. Hoje, o STF (Supremo Tribunal Federal) deve decidir sobre o habeas corpus do governador afastado.

Marco Aurélio é o relator do habeas corpus ajuizado pela defesa. O pedido de habeas corpus é assinado pelos advogados José Gerardo Grossi, Nélio Machado e Cristiano Ávila Maronna.

A ação foi distribuída para Marco Aurélio porque ele é relator de outros processos relacionados à Operação Caixa de Pandora, que investiga o suposto esquema de arrecadação e pagamento de propina a aliados no DF.