JC Online | Raul Jungmann

02.02.2015

FOLHA DE PERNAMBUCO

VELHOS QUADROS, NOVAS POSTURAS

CÂMARA do Recife retoma trabalhos hoje, com a expectativa de qual postura oposição adotará nos próximos meses

ANDERSON BANDEIRA

O retorno da 16ª legislatura a Câmara do Recife, hoje, não trará grande novidades, com exceção de quatro temas, que vêm travando a pauta desde o ano passado. A expectativa nessa volta aos trabalhos será quanto à postura que alguns parlamentares deverão adotar pelos próximos dois anos, período que será marcado pelas eleições para prefeito e vereador. Com a mudança do cenário político, desde a última eleição, o foco as atenções estará nos membros de partidos como o PT, PTB, PSDB e PSB. Com as novas configurações, o que gera expectativa é como se darão os embates entre o Governo e a nova oposição.

O bloco oposicionista, antes composto oficialmente por quatro parlamentares, possivelmente ganhará musculatura com a ida definitiva do PT e PTB para a ala adversária ao prefeito Geraldo Julio (PSB). Teoricamente, eles se juntariam ao PSDB e à socialista dissidente Marília Arraes para se contrapor ao gestor da Prefeitura do Recife. Porém, o antagonismo entre tucanos e petistas, neste caso, pode impe dir uma coesão contra o mandatário da PCR : o tucano André Régis – futuro líder da oposição – já avisou que, mesmo o PT indo para o bloco adversário ao Executivo municipal, não se juntará a ele.

“Se o PT também for oposição ao prefeito declaradamente, aí nós teremos dois blocos de oposição. Não faz sentido eu apoiar o PT. Os graves problemas que temos hoje na Cidade se deveram à ação e omissão deles”, argumentou o parlamentar. O problema é que, embora faça oposição ao prefeito, no plano

estadual o seu partido está alinhado à Frente Popular e não quer ser um aliado a mais do PT, que deverá intensificar as críticas a Geraldo Julio, de olho na sucessão à Prefeitura em 2016.

Na chapa governista, o já grande bloco terá reforços. Com a ida de Raul Jungmann (PPS) para a Câmara dos Deputados, fruto de uma articulação política com a Frente Popular, a vereadora Vera Lopes (PPS) assumirá o posto. Dessa forma, a expectativa é que a pós-comunista tenha um comportamento alinhado aos desejos da ala socialista. Coma saída de Priscila Krause (DEM) para a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), a oposição perderá uma importante peça e quem assumirá será o governista Marcos Menezes, também dos Democratas. Outra novidade será quanto a cadeira deixada pelo vereador André Ferreira (PMDB), eleito deputado. O seu virtual suplente é o atual secretário da juventude municipal Jayme Asfora (PMDB), que chegou a ser vereador no ano passado.

Caso o PMDB opte pela permanência de Asfora no Executivo, quem assumirá o mandato será Romildo Gomes Neto (PSD). O atual secretário de habitação do Recife, Romerinho Jatobá (PR), também voltará para o posto no lugar de Josemir Simões (PR). Na liderança do Governo permanece Gilberto Alves (PTN), que destacou que o ano será desafiador, com muitas entregas de obras por parte da gestão. Alves disse, também, que a expectativa é das melhores em relação à volta aos trabalhos. Avaliou que independente da composição da nova bancada da oposição, a base governista manterá o posicionamento de sempre. “A nossa posição será a mesma de abrir espaço para o debate e aprofundar as discussões sobre as matérias”, assegurou.

RETORNO – A solenidade de reinício dos trabalhos, está marcada para às 15h de hoje, prevê a leitura da renúncia dos vereadores que assumirão mandatos em outras Casas Legislativas, além da posse dos suplentes.

 

 

BLOG DO MAGNO

FELIPE DIZ QUE CUMPRE MISSÃO

Quarto deputado federal mais votado no Estado, com 187.348 votos, dos quais 100.720 no Recife, Felipe Carreras (PSB) tomou posse, mas amanhã terá que requerer licença para assumir a Secretaria de Turismo. “Vou cumprir missão, um grande desafio para melhorar as condições do turismo no nosso Estado”, disse. Felipe e mais três federais – Sebastião Oliveira, André de Paula e Danilo Cabral – abrem vagas para os suplentes Augusto Coutinho (SD), Cadoca (PCdoB), Raul Jungmann (PPS) e Fernando Monteiro (PP).

 

 

LEIAJÁ

CÂMARA DO RECIFE: MENEZES, ASFORA E VERA RETORNAM A CASA

Marco Menezes (DEM) e Jayme Asfora (PMDB) assumem os mandatos nesta segunda-feira (2). Já Vera Lopes (PPS) ainda não tem data prevista

por Giselly Santos

O resultado do processo eleitoral de 2014 causou mudanças na composição da Câmara dos Vereadores do Recife. Com a eleição dos vereadores Priscila Krause (DEM) e André Ferreira (PMDB) para a Assembleia Legislativa de Pernambuco e a vaga de suplente para assumir o mandato de deputado federal de Raul Jungmann (PPS), três novos parlamentares vão passar a integrar o legislativo municipal: Marco Menezes (DEM), Vera Lopes (PPS) e Jayme Asfora (PMDB).

Os que tomam posse nesta segunda-feira (2) são Menezes e Asfora. Ambos não são tão novatos assim no legislativo municipal. Menezes já cumpriu o mandato de vereador por quatro vezes, inclusive, em uma delas compôs a bancada de oposição juntamente com Priscila. Em 2012 obteve 5.258 votos e não atingiu, nos cálculos proporcionais, o quantitativo suficiente para ocupar uma cadeira.

Apesar de assumir a vaga de uma oposicionista ao governo na Casa José Mariano, Marcos Menezes vai compor a bancada governista. “Meu partido se aliou ao governo estadual e municipal, vou obedecer à determinação”, declarou. O novo vereador elencou como prioridade principal do mandato a defesa da segurança pública. “Sempre me dediquei na área, sou delegado e vou tentar integrar a Comissão de Segurança. A questão é obrigação do estado, mas dever de todos”, frisou o democrata.

Secretário municipal da Juventude e Emprego até o último sábado (31), Jayme Asfora esteve de 2012 a abril de 2014, assumindo a vaga da vereadora Marília Arraes (PSB), antes titular da mesma pasta ocupada por ele na Prefeitura do Recife (PCR). Como primeiro suplente da chapa e titular da vaga deixada por Ferreira, o peemedebista necessitou se licenciar da gestão municipal para tomar posse nesta segunda. No entanto, se permanecerá ou não como vereador ainda é uma incógnita.

“Ele tomará posse como titular, mas se assume o mandato ou pede uma licença ainda não se sabe. Reuniões ao longo dos próximos dias vão definir o posicionamento dele”, informou a assessoria de imprensa do peemedebista.

Saída de Raul Jungmann

Tentando destravar impasses administrativos para a renúncia, o vereador Raul Jungmann não vai se desligar das atividades legislativas municipais nesta segunda. A expectativa é de que Jungmann deixe o parlamento municipal até o dia 15 de fevereiro e tome posse na Câmara Federal assumindo uma das vagas deixadas pelos deputados eleitos para assumirem secretarias estaduais.

Quando a saída estiver oficializada, quem ocupará a cadeira do ex-líder da oposição é a suplente Vera Lopes (PPS), que também já passou pela Casa José Mariano de 2009 a 2012.

Possuindo formação de medicina, na área de pediatria, ela apresentou projetos polêmicos durante sua passagem. Alguns deles aprovados e atenderam, inclusive, às pessoas com deficiências mentais. Um dos projetos determinava que o Samu atendesse pessoas com deficiências mentais em surto, no entanto, foi vetado pelo prefeito da época, João da Costa (PT).

 

 

JC ONLINE

BANCADA DE PE TEM RENOVAÇÃO DE 48%

Entre os bem sucedidos na corrida eleitoral, estão ex-prefeitos, ex-deputados estaduais, ex-secretários de Estado e até um ex-governador, caso de Jarbas Vasconcelos (PMDB)

Carolina Albuquerque Câmara Federal / Agência Brasil

Neste dia 1º de fevereiro, os 513 deputados federais assumem o mandato conquistado em outubro do ano passado. Após a posse protocolar, as atenções se voltam para a disputa da presidência da Mesa Diretora, cargo pleiteado por Eduardo Cunha, Arlindo Chinaglia e Júlio Delgado (os principais). O Estado participa da corrida eleitoral interna com o voto dos 25 parlamentares pernambucanos. Desses, 12 são “novatos”. O percentual de 48% de renovação, entretanto, não quer dizer que os congressistas pernambucanos são neófitos. Entre os bem sucedidos na corrida eleitoral, estão ex-prefeitos, ex-deputados estaduais, ex-secretários de Estado e até um ex-governador, caso de Jarbas Vasconcelos (PMDB).

O mais jovem dos novatos é o deputado federal Kaio Maniçoba (PHS), que conseguiu entrar através do coeficiente eleitoral, com 28.585 votos. Ele tem apenas 31 anos, o que não quer dizer que não tenha envolvimento na política. É filho da prefeita de Floresta, Rorró Maniçoba, e primo do deputado estadual reeleito Rodrigo Novaes (PSD). “Nunca tive cargo, mas sempre estive nos bastidores”, disse. Para o mandato, ele planeja ficar perto das “bases” e jogar luz sobre os problemas do sertão, de onde vem a maioria dos seus eleitores.

Três que assumem o primeiro mandato federal vieram da Assembleia Legislativa de Pernambuco: Betinho Gomes (PSDB), Daniel Coelho (PSDB) e João Fernando Coutinho (PSB). Os dois primeiros estão situados no bloco de oposição ao PT, liderado pelos tucanos. O socialista, embora afinado com os oposicionistas, identifica-se com uma postura de “independência”, assumida pelo PSB. “Vamos ter um desafio, para a oposição como um todo. Representar essa parcela da sociedade que votou em Aécio, no PSDB”, falou Daniel Coelho.

Betinho e Daniel disseram que vão colocar entre as prioridades a cobrança do Arco Metropolitano, obra viária de responsabilidade do governo federal que ainda não saiu do papel. “É algo muito importante para Pernambuco. Muitas empresa estão colocando suas bases em João Pessoa, por ser mais fácil o acesso. A gente corre o risco de não aproveitar esse pólo que está se formando em Goiana”, ponderou Daniel. Betinho elegeu dois temas principais para o

mandato: mobilidade e educação. Com bases em Jaboatão dos Guararapes e Cabo de Santo Agostinho, ele pretende concentrar uma atenção especial para ajudar o desenvolvimento do território de Suape, o qual chamou de “estratégico”.

Ex-prefeito de Limoeiro, Ricardo Teobaldo (PTB) estreia na Câmara Federal, após ter passado pelo legislativo estadual e executivo. “Quero me dedicar a questão da reforma política. Existem já no congresso várias propostas de emendas e quero trabalhar para que a gente consiga fazer a reforma. Outra questão é defender e apoiar os municípios, buscando uma repactuação federativa”, disse. Assim como Teobaldo, Marinaldo Rosendo (PSB) também exerce, pela primeira vez, um mandato federal. Ex-prefeito de Timbaúba, ele se dedica também à atividade empresarial.

Político de primeiro mandato, o deputado federal Tadeu Alencar (PSB) faz parte do partido que tem a maior bancada em Pernambuco. No planejamento do mandato, ele separa cinco temas principais: reforma política e federativa; educação e cultura; meio ambiente, água e energia; direito do consumidor; reforma urbana. A larga atuação tem por objetivo atender aos seus eleitores, que estão distribuídos quase que de forma equânime entre a Região Metropolitana do Recife e o interior pernambucano. “A ética irá orientar o meu trabalho a todo tempo. Uma das ideias é também fazer uma prestação de contas a cada seis meses”, conta.

Com a saída de quatro federais, atuais secretários do governo Paulo Câmara (PSB), assumem o mandato como suplentes: Cadoca (PCdoB), Augusto Coutinho (Solidariedade), Fernando Monteiro (PP) e Raul Jungmann (PPS).

 

 

PPS NACIONAL

DEPUTADOS DO PPS FALAM DOS DESAFIOS DA OPOSIÇÃO APÓS TOMAR POSSE NA CÂMARA

Os dez deputados eleitos pelo PPS tomaram posse na manhã deste domingo no plenário da Câmara. Todos os 513 parlamentares fizeram o juramento de “defender e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro e sustentar a união, integridade e independência do Brasil”, conforme prevê o Regimento Interno da Casa. Depois, cada deputado foi chamado pelo presidente dos trabalhos para reafirmar: “Assim o prometo”.

A bancada do PPS estará firme na oposição ao governo da presidente Dilma Rousseff e no combate à corrupção. Todos os seus integrantes são ficha limpa e estão prontos a honrar os votos que receberam do eleitor, defendendo reformas importantes como a do Estado, política e tributária, dentre outras, além da reformulação do pacto federativo. Nessa linha de pensamento, o partido também fechou um bloco parlamentar com PSB, PSDB e PV, que reúne 106 deputados.

CONHEÇA O PERFIL DOS DEPUTADOS DO PPS

O líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PR), salientou que “a oposição deve cumprir seu papel não só de fiscalizar os atos do governo federal, mas precisa também fazer propostas, apresentando projetos alternativos que tenham estratégias de curto, médio e longo prazos”. Bueno lembra que cada parlamentar precisa prezar por cumprir seu dever de buscar melhorar a vida dos brasileiros. “Temos que criar alternativas para o país neste momento de crise e é neste sentido que nós, do PPS, vamos atuar”.

Hissa Abrahão (AM) quer que a oposição seja “o freio que vai parar os desmandos do governo”. Discursos e pressão das manifestações, segundo o deputado, são alguns dos instrumentos que o PPS e os demais partidos oposicionistas dispõem para serem usados. “A oposição, no processo de votação de matérias, tem como mostrar o que o governo vem fazendo para impor o arrocho salarial, a elevação dos juros e o alto custo da máquina administrativa”.

Arnaldo Jordy (PA) enfatizou que a oposição “precisa definir um eixo de prioridades e uma agenda mínima para o desenvolvimento do país”. Essa definição, com consenso entre os partidos que compõem a oposição, para enfrentar os desafios de um projeto nacional, fez falta na última legislatura, na avaliação do parlamentar. “Questões como a reforma política, o enfrentamento do conflito distributivo, as reformas estruturais, o fortalecimento das instituições democráticas e o combate à corrupção precisam estar na pauta prioritária dos oposicionistas nesta legislatura”, disse Jordy.

Carmen Zanotto (SC) defendeu que o bloco oposicionista se empenhe em apresentar emendas à medida provisória que diminui o benefício do seguro-desemprego. “Vamos defender os direitos dos trabalhadores. Outra questão é a dos aumentos implacáveis de impostos propostos pelo governo; precisamos reagir a isso e fazer o possível para evitar que a elevação ocorra”, afirmou. “A oposição vai ser muito vigilante e marcar posição”.

Eleita com a maior votação no Maranhão e com dois mandatos como deputada estadual, Eliziane Gama disse que na Câmara vai continuar sua luta pelos direitos humanos e pelo atendimentos de políticas públicas para as minorias, jovens e adolescentes. “Eu venho do estado mais pobre do país, o Maranhão. Sei o que é discriminação”, afirmou. A parlamentar afirmou ainda que vai atuar para tirar o Nordeste da situação em que se encontra.

Moses Rodrigues (CE) defende que “não deve haver oposição por oposição”. Segundo ele, os deputados que não estão afinados com o Palácio do Planalto devem trabalhar para ajudar o Brasil a voltar a crescer. Na avaliação de Moses, a crise vai ultrapassar 2015 e chegar a 2016. “O papel fundamental da oposição é não deixar que o governo massacre ainda mais a classe trabalhadora; estaremos firmes para proteger os trabalhadores e a sociedade brasileira”. O deputado quer que a agenda do Congresso atenda à sociedade e que o cidadão saiba o que os parlamentares estão votando.

Marcos Abrahão (GO) acha que o trabalho dos partidos de oposição, como o PPS, será muito importante num quadro de recessão econômica em que o país se encontra com inflação e juros altos, corrupção, além de gastos abusivos por parte do governo. “O papel dessa legislatura que agora se inicia é superimportante por causa desse contexto. Temos de exercer nosso papel de fiscalizar e também de propor soluções e esse é o trabalho que vamos fazer junto com a bancada do PPS”, afirmou.

Moses Rodrigues (CE) defende que “não deve haver oposição por oposição”. Segundo ele, os deputados que não estão afinados com o Palácio do Planalto devem trabalhar para ajudar o Brasil a voltar a crescer. Na avaliação de Moses, a crise vai ultrapassar 2015 e chegar a 2016. “O papel fundamental da oposição é não deixar que o governo massacre ainda mais a classe trabalhadora; estaremos firmes para proteger os trabalhadores e a sociedade brasileira”. O deputado quer que a agenda do Congresso atenda à sociedade e que o cidadão saiba o que os parlamentares estão votando.

Em seu primeiro mandato, Alex Manente (SP) atribuiu a renovação de 40% na Câmara à necessidade de mudança que foi expressa nas urnas. “Precisamos modificar a maneira de entender como é a representação pública, e o mandato de deputado federal tem uma importância significativa nas reformas estruturais – política e tributária – que muito se fala e não se concretiza”, disse, ao defender ainda a atualização do Código Penal e leis mais rígidas para punir a corrupção na administração pública.

“Essa renovação [na Câmara] que foi significativa tem de ser reproduzida no início dessa legislatura nas questões preponderantes da sociedade”, completou.

O deputado Arnaldo Jardim (SP) tomou posse do mandato e vai se licenciar para reassumir o comando da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Os principais desafios de Jardim no cargo são a restrição do uso da água na irrigação, a restruturação funcional da pasta com a abertura de concurso público, a manutenção da rede de pesquisas agropecuária estadual e a criação de mecanismos para ajudar a recuperação do setor sucroenergénetico, em crise desde 2008. “A Secretaria de Agricultura e Abastecimento estará empenhada em diversas frentes para o fortalecimento da agropecuária paulista por meio de políticas claras de apoio e parceiras com empresas para setores estratégicos da nossa economia, como o sucroenergético”, disse, ao acrescentar que pretende estabelecer parceiras público-privadas para melhor a performance da pasta.

Na próxima semana a bancada do PPS ganha mais um integrante. O ex-deputado federal Raul Jungmann volta a Casa representando o estado de Pernambuco.


Página 3 de 3123