12.12.2015 | Raul Jungmann

12.12.2015

BLOG DO MAGNO

JUNGMANN CRÍTICA ESTOUROS NO ORÇAMENTO DA TRANSPOSIÇÃO

O deputado federal Raul Jungmann (PPS-PE), vice-líder da oposição na Câmara dos Deputados, criticou o Governo Federal pelos atrasos nas obras de transposição do Rio São Francisco, bem como o estouro no orçamento. O parlamentar afirmou que agora finalmente entende os motivos, referindo-se à Operação Vidas Secas, deflagrada hoje pela Polícia Federal, que investiga desvio de recursos por empresas de fachada controladas pelo doleiro Alberto Youssef e do lobista Adir Assad.

“Em setembro, protocolei um requerimento de acesso à informação junto ao Ministério da Integração Nacional exigindo do ministro Gilberto Magalhães Occhi explicações a respeito do andamento das obras da Transposição, que apresentam atraso inadmissível em seu cronograma original e tem multiplicado significativamente seu orçamento inicial gerando prejuízos para a população, para a economia do Nordeste e para o Estado brasileiro”, lembrou Raul Jungmann, que até o momento não recebeu nenhum retorno.

“Agora está tudo explicado. Talvez por esse motivo a gente não tenha conseguido respostas oficiais e nem acesso às documentações. Espero que essa investigação pela Polícia Federal, que tem feito um excelente trabalho, continue rigorosa para que se revele se existe ou não envolvimento de agentes públicos. O que já podemos ter certeza é que houve, no mínimo, uma falha na fiscalização dos contratos com as empresas responsáveis pelas obras”, afirmou Raul Jugnmann.

Durante a Operação Vidas Secas, foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão no Recife e quatro prisões de diretores e representantes legais das empresas de engenharia OAS, Galvão, Coesa e Barbosa Melo, no Rio de Janeiro, no Distrito Federal, em São Paulo e no Ceará. Também foram chamadas outras quatro pessoas do Rio Grande do Sul, de São Paulo, do Rio de Janeiro e de Goiás para depor na Polícia Federal.

Estão sob investigação as obras nos lotes 11 e 12, que constroem canais entre as cidades de Custódia, em Pernambuco, e Monteiro, na Paraíba. A suspeita é de que a fraude ocorria no nivelamento do terreno. O valor da obra previsto para os dois lotes era de R$ 580 milhões. A Polícia Federal avalia que foram desviados cerca de R$ 200 milhões.